12 maio 2012

Início do processo de beatificação de Dom José Antônio do Couto, scj

Será aberto no dia 15 de junho DE 2012, DIA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, o processo de beatificação de DOM JOSÉ ANTONIO DO COUTO, SCJ, quarto bispo de Taubaté. UMA ALEGRIA PARA NÓS DEHONIANOS E PARA A IGREJA DE TAUBATÉ....veja a seguir um pouco de sua história. 
Em 5 de junho de 1974, Dom José Antônio do Couto foi nomeado pelo Papa Paulo VI Bispo Coadjutor da Diocese de Taubaté, com a função de ajudar o Bispo Diocesano em todo o governo da diocese e com direito à sucessão.
Dom José Antônio do Couto nasceu em Formiga, MG, no dia 1° de novembro de 1927, filho de Joaquim Antônio do Couto e de Rita da Conceição.

A 28 de janeiro de 1944, ingressou no Seminário Menor de Lavras, MG, pertencente à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, onde ficou até 1946. Completou seus estudos no Seminário Sagrado Coração de Jesus de Corupá e de Brusque, ambos em Santa Catarina. Em 1953 foi enviado a Roma para cursar teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. A 1º de julho de 1956 foi ordenado sacerdote, celebrando sua primeira missa em 2 de julho de 1956, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Licenciou-se em teologia (1957) e teologia moral (1959) pela Academia Afonsiana de Roma, concluindo o doutorado em teologia moral, pela Universidade Urbaniana de Roma (1960).

Voltando para o Brasil no mesmo ano, fixou residência em Taubaté. Como sacerdote exerceu os seguintes cargos: professor de teologia moral e de Direito Canônico, no Instituto Teológico dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos); reitor do Convento (1965-1968); Conselheiro na Província (1966-1974); membro da Comissão de Revisão das constituições da mesma Congregação; delegado da Província Brasileira Meridional, no XVI Capítulo Geral (1973); Vigário Paroquial da recém-criada Paróquia Sagrado Coração de Jesus, diretor do curso de teologia para leigos e do curso de diaconato permanente.

Em 5 de junho de 1974, foi nomeado pelo Papa Paulo VI, Bispo Titular de Carini e Coadjutor de Dom Francisco Borja do Amaral.
Dom Couto foi Sagrado Bispo em 18 de agosto de 1974 na Catedral de Taubaté. Em 4 de maio de 1976, aos 78 anos de idade, Dom Francisco Borja apresentou à Santa Sé seu pedido de renúncia, que foi aceito logo em seguida. Em 5 de maio de 1976, Dom José Antônio do Couto, como Bispo Coadjutor, assumiu a Diocese de Taubaté como o quinto Bispo Diocesano.

Como Bispo teve grande preocupação com a realidade pastoral da Diocese e nesse sentido, deu prosseguimento à estruturação e organização pastoral da Igreja de Taubaté apresentando as Diretrizes e Normas Diocesanas de Pastoral e as Diretrizes e Normas para Pastoral Catequética (1978). Durante seu pastoreio realizou as Assembléias Diocesanas da Pastoral da Juventude e elaborou o I e II Plano Anual de Pastoral da Juventude (1977-1978 e 1978-1979) e as Semanas das Famílias (1976 A 1978).
Mesmo após ter sofrido um derrame cerebral, Dom Couto batalhou ativamente para a ereção da Diocese de São José dos Campos através da nomeação da Comissão Preparatória da nova Diocese (1979) cujos trabalhos redundaram na criação da nova Diocese em 30 de janeiro de 1981, pelo Papa João Paulo II através da Carta Apostólica “Qui in Beati Petri”.

Em 28 de dezembro de 1979, foi acometido de um AVC hemorrágico do qual teve graves seqüelas, que o levaram a encaminhar à Santa Sé seu pedido de renúncia à função de Bispo Diocesano. Em 7 de agosto de 1981, Dom Carmine Rocco, Núncio Apostólico, comunicou oficialmente a Dom Couto que seu pedido de renúncia havia sido aceito pelo Papa João Paulo II. Para sucedê-lo foi nomeado Dom Antônio Afonso de Miranda, até aquele momento Bispo de Campanha.

A partir de 3 de novembro de 1981, Dom Couto passou a residir no Conventinho dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, na Vila São Geraldo. Depois de 18 anos de enfermidade faleceu no dia 30 de julho de 1997 e foi sepultado no cemitério do Convento do Sagrado Coração de Jesus. Seu episcopado foi marcado por grande solicitude pastoral, pela santidade no desempenho das funções episcopais, pela humildade e simplicidade.

Fonte: Diocese de Taubaté

16 fevereiro 2012

STF declara constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa


O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nesta quinta, dia 16.01, a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, que valerá para as eleições deste ano de 2012. O placar final foi 7 votos a 4 para uma das principais inovações trazidas pela lei – a inelegibilidade a partir de decisão por órgão colegiado. No entanto, como a lei traz várias inovações, o placar não foi o mesmo para todos os pontos que acabaram mantidos pela maioria.

Celso de Mello e Cezar Peluso foram os últimos ministros a votar. Eles reafirmaram posição por uma interpretação mais restrita da lei. Um dos principais pontos atacados por ambos foi a aplicação da Lei da Ficha Limpa a casos que ocorreram antes que a lei foi criada. “A lei foi feita para reger comportamentos futuros. Como ela está, é um confisco de cidadania”, disse Peluso.

Os ministros que votaram a favor da integralidade da lei foram Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto. Os outros ministros da Corte foram mais ou menos resistentes à lei de acordo com a questão levantada. Antonio Dias Toffoli, por exemplo, só foi contra a regra que dá inelegibilidade por órgão colegiado, aceitando todo o resto da lei.

O julgamento de hoje dá a palavra final do STF sobre a polêmica criada assim que a Lei da Ficha Limpa entrou em vigor, em junho de 2010. O Supremo já havia debatido a norma em outras ocasiões, mas apenas em questões pontuais de cada candidato. Agora todos os pontos foram analisados com a Corte completa.

02 dezembro 2011

Nota da CNBB sobre o Código Florestal

O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da Conferência Nacional dos bispos do Brasil – CNBB, reunido nos dias 29 e 30 de novembro de 2011, vem manifestar sua preocupação com a possível aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto de reforma do Código Florestal brasileiro. Já aprovado nas devidas Comissões do Senado Federal, o novo Código Florestal, tão necessário ao Brasil, embora tenha obtido avanços pontuais na Comissão do Meio Ambiente, como um capítulo específico para a agricultura familiar, ainda carece de correções.

O projeto, ao manter ocupações em áreas ilegalmente desmatadas (Artigos 68 e 69) e permitir a recuperação de apenas metade do mínimo necessário para proteger os rios e a biodiversidade (Artigos 61 e 62), condena regiões inteiras do país a conviver com rios agonizantes, nascentes sepultadas e espécies em extinção. Sob o pretexto de defender os interesses dos pequenos agricultores, esta proposta define regras que estenderão a anistia a quase todos os proprietários do país que desmataram ilegalmente. O projeto fragiliza a proteção das florestas hoje conservadas, permitindo o aumento do desmatamento. Os manguezais estarão abertos à criação de camarão em larga escala, prejudicando os pescadores artesanais e os pequenos extrativistas. Os morros perderão sua proteção, sujeitados a novas ocupações agropecuárias que já se mostraram equivocadas. A floresta amazônica terá sua proteção diminuída, com suas imensas várzeas abertas a qualquer tipo de ocupação, prejudicando quem hoje as utiliza de forma sustentável. Permanecendo assim, privilegiará interesses de grupos específicos contrários ao bem comum.

Diferentemente do que vem sendo divulgado, este projeto não representa equilíbrio entre conservação e produção, mas uma clara opção por um modelo de desenvolvimento que desrespeita limites da ação humana.

A tão necessária proteção e a diferenciação mediante incentivos econômicos, que seriam direcionados a quem efetivamente protegeu as florestas, sobretudo aos agricultores familiares, entraram no texto como promessas vagas, sem indicativo concreto de que serão eficazes.

Insistimos que, no novo Código Florestal, haja equilíbrio entre justiça social, economia e ecologia, como uma forma de garantir e proteger as comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas e de defender os grupos que sabem produzir em interação e respeito com a natureza. O cuidado com a natureza significa o cuidado com o ser humano. É a atenção e o respeito com tudo aquilo que Deus fez e viu que era muito bom (cf. Gn 1,30).

O novo Código Florestal, para ser ético, deve garantir o cuidado com os biomas e a sobrevivência dos diferentes povos, além de preservar o bom uso da água e permitir o futuro saudável à humanidade e ao ecossistema.

Que o Senhor da vida nos ilumine para que as decisões a serem tomadas se voltem ao bem comum.

Brasília-DF, 30 de novembro de 2011

15 novembro 2011

Nota de falecimento: irmão Afonso Pedrini, 83 anos (BRM)

AFONSO PEDRINI, scj
Nascimento: 18 junho 1928  -  Falecimento: 15 novembro 2011

Religioso de poucas palavras e muita atitude, irmão Afonso Pedrini nasceu no dia 18 de junho de 1928, em Botuverá SC. Filho de José e Palmira Pedrini, saiu muito novo de sua cidade natal para morar com a família em Tijucas, litoral catarinense.
Ingressou no seminário no dia 15 de agosto de 1945, no postulantado em Castro – Paraná, então com 17 anos. Na mesma cidade fez o Noviciado e no dia 19 de março de 1947, festa de São José,  professou os votos religiosos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, perpetuando sua vocação religiosa no dia 16 de junho de 1950.
Sua primeira casa religiosa foi o Seminário de Lavras - MG, onde permaneceu de 1947 até 1963, quando foi transferido para o Seminário de Corupá.
Por alguns meses, em 1969 foi residir em São Paulo. Já em 1970, foi transferido para Taubaté, onde ficou por dois anos.
Desde 1972, irmão Afonso residiu como religioso no Seminário São José – Rio Negrinho, chegando a assumir por alguns anos a função de ecônomo. Será sempre lembrado por sua seriedade, disposição ao trabalho, especialmente com a horta e o cultivo de kiwi, por seu silêncio orante e pela intensa vida de oração e contemplação.

Faleceu às 19h de 15 de novembro de 2011,aos 83 anos.

A Missa de exéquias será quarta-feira, dia 16 de novembro, às 15h na capela do Seminário São José - Rio Negrinho e o corpo será sepultado no Seminário de Corupá, após a celebração.

Em prece, agradecemos a Deus pela vida e testemunho do irmão Afonso.

BRM: informações sobre a saúde de irmão Afonso Pedrini (Rio Negrinho)

Na última quarta-feira, dia 09 de novembro, o irmão Afonso Pedrini (83 anos), conhecido religioso do Seminário São José - Rio Negrinho SC - sofreu uma queda devido um derrame cerebral, constatado após exame de tomografia. Com a queda, sofreu também um hematoma no olho esquerdo.

Levado ao hospital, foi atendido e diagnosticado o derrame, e encaminhado para o Hospital Unimed, de Joinville, sofrendo intervenção cirúrgica. Após a cirurgia, foi internado na UTI do mesmo hospital.

No sábado, dia 12/11, apresentou melhora no quadro clínico, respondendo a estímulos, acordando e respondendo perguntas com movimentos dos olhos e cabeça.

No domingo, dia 13/11, seu quadro clinico agravou e os médicos afirmam, desde então, que sua situação fisiológica tende a dirigir-se para morte cerebral.

Mesmo assim, a comunidade do Seminário São José segue em prece pela vida do irmão Afonso, entregando-a às mãos de Deus.

13 novembro 2011

5 Semana Social Brasileira

A partir da crise do capital financeiro globalizado de 2008, ficou demonstrado pela prática que a proposta neoliberal de redução do Estado não passou de afirmação ideológica. Seu objetivo real era libertar o capital financeiro de controles para realizar aventuras em seus negócios com as dívidas dos Estados e com créditos absolutamente sem garantias, com o único objetivo de concentrar renda e poder.

A 5 Semana Social Brasileira vai tratar o tema "Um novo Estado: caminho para uma nova sociedade do bem viver"

Sua aposta foi a de que os Estados, já amoldados aos seus interesses e dependentes de seus créditos, não os deixariam quebrar, já que isso resultaria na quebra geral do chamado “mercado global”. Aposta acertada: na hora da crise, repassaram, e com rapidez impressionante, trilhões de dólares dos fundos estatais para os grandes grupos econômico-financeiros. E agora, no momento em que os Estados deveriam cobrar os empréstimos com juros, diminuindo suas dívidas, uma vez mais os mesmos grupos cobram que o “equilíbrio fiscal” dos orçamentos públicos – isto é, que a capacidade de continuar pagando os custos de suas dívidas - seja refeito diminuindo os gastos públicos, retirando direitos, rebaixando salários e aposentadorias.

Estamos diante da comprovação de que seu capitalismo é algo sem risco, pois socializam perdas e privatizam ganhos. E de forma legitimada, operacionalizada com a mediação dos Estados nacionais.

Este caldo, em que se misturam comprovações do previsto por análises críticas e teimosa continuidade nas mesmas políticas, tem sido motivo para que a equipe que recebeu a tarefa de elaborar análises críticas da história dos dias atuais – mais conhecidas como análises da conjuntura – tenha definido a questão do Estado como eixo para o texto deste ano. Como se verá, o objetivo foi contribuir para a compreensão crítica da mediação do Estado na configuração da sociedade brasileira.


A 5º Semana tem como proposta a reflexão sobre o papel do Estado na vida dos brasileiros em uma perspectiva crítica e propositiva, pois participar implica em ter consciência das difi culdades e erros, mas também a ousadia de propor outros caminhos.

11 novembro 2011

BSP: Instituto Meninos São Judas (SP) terá lançamento de livro

Co-autoria do pe. Lorival João Back, scj, diretor do IMSJT, e da jornalista Terêzia Dias, o livro "Uma história de amor e doação" conta a trajetória do Instituto Meninos de São Judas Tadeu desde a sua fundação até os dias atuais. Além dos fatos históricos e de muitos depoimentos, o livro contém um rico acervo de fotos das diversas fases do IMSJT. “Essa história de várias décadas, regada por tantas lágrimas doloridas e iluminada por muitos sorrisos vitoriosos, fala por si mesma. Contudo, os autores, pe. Lorival João Back e Terêzia Dias, deram palavras e nomes às pessoas e aos fatos, aos sentimentos e aos atos. E aqui está, como resultado, um lindo livro!”, considera pe. Mariano Weizenmann, superior da Província Brasil-São Paulo da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, no Prefácio que escreveu para esse livro.

Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo auxiliar de São Paulo, escreveu o Prólogo, o que valoriza ainda mais esse livro. “Na cidade de São Paulo, o Instituto Meninos de São Judas Tadeu, fiel aos ideais de seus idealizadores, ainda que adaptados às novas circunstâncias e exigências, floresce como um lírio no campo que na sua simplicidade, beleza, bondade e verdade, revela o coração de Deus e a sua providência que não falha para os pequeninos, os prediletos de Jesus Cristo”, diz ele. É por tudo isso que Uma história de amor e doação merece ser lida e conhecida por todos os que conhecem e ajudam o IMSJT. E os autores contam com sua presença e apoio no lançamento do livro, que será em 20 de novembro, na sede do IMSJT, a partir das 10:00h.


10 novembro 2011

Encontro Internacional da Juventude Dehoniana 2013

CLIQUE PARA ACESSAR SITE ESPECIAL


Todo grande evento exige muita reflexão, organização, ideias, estrutura, planejamento e, o principal, pessoas dispostas! No dia 08 de novembro, tudo isso foi reunido em São Paulo, nas dependências do Instituto Meninos São Judas Tadeu, com a primeira reunião da equipe de coordenação geral do Encontro Internacional da Juventude Dehoniana 2013.

 Programação, locais, transporte, alimentação, momentos celebrativos e culturais, o lema e a cara do EJD 2013 começaram a ser desenhados pelos padres Jairson Hellmann e Marcelo Reis, os religiosos Anderson de Paula, Carlos Pereira, Giorgio Sinestri e o postulante Rodrigo de Oliveira, que começam a sonhar o primeiro encontro internacional da Juventude Dehoniana a ser realizado no Brasil, de 20 a 28 de julho de 2013, em São Paulo e Rio de Janeiro.

Desde já, toda a Família Dehoniana é chamada a rezar por este evento, que pretende ser uma grande oportunidade de mostrar com muita arte e reflexão à nossa juventude o caminho que leva ao amor! Aguardem novidades e não deixe de acompanhar nosso site www.dehonbrasil.com/ejd2013 e nossa presença nas redes socias!

04 novembro 2011

Vestibular da Faculdade Dehoniana e da Faculdade São Luiz - informe-se!

FACULDADE DEHONIANA
Taubaté SP
TEOLOGIA E FILOSOFIA - inscrições abertas de 17/10/2011 a 25/11/2011. Provas no dia 03/12/2011. Informações e inscrições no site http://www.dehoniana.org.br/vestibular2012/


FACULDADE SÃO LUIZ
Brusque SC
FILOSOFIA - inscrições abertas de 01/11 a 30/11/2011. As provas acontecem dia 11/12/2011. Informações e inscrições no site http://www.faculdadesaoluiz.edu.br/graduacao/76/vestibular

28 outubro 2011

Bento XVI: a religião é uma força de paz

A religião é uma força de paz e a violência, muitas vezes exercida em nome das convicções religiosas, na verdade a deforma e provoca a sua destruição.
O Papa Bento XVI destacou isso hoje, no discurso que pronunciou na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis (Itália), na abertura do Dia de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e a Justiça no Mundo, com o tema “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”.
“Como se encontra hoje a causa da paz?”, perguntou-se, recordando que, há 25 anos, o Beato João Paulo II convidou pela primeira vez os representantes das religiões do mundo a Assis, para rezar com esta finalidade. “Naquele momento, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si”, lembrou. O símbolo daquela divisão era o muro de Berlim, que caiu três anos depois, em 1989, sem derramamento de sangue.
“A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência”, observou o Papa, indicando que esta foi de uma vitória da liberdade, uma vitória da paz. Desde então, reconheceu, “o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência”.

Novas formas de violência
Segundo Bento XVI, existem duas novas formas de violência, “diametralmente opostas em sua motivação”. Em primeiro lugar, está o terrorismo, “no qual, em vez de uma grande guerra, realizam-se ataques bem definidos que devem atingir pontos importantes do adversário, de modo destrutivo e sem nenhuma preocupação pelas vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas”.
“Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o caráter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do ‘bem’ pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência.” “Esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição”, declarou o Pontífice.
“É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza.”
“É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que – apesar da fraqueza do homem – seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo”, disse. “A Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo”, acrescentou. Um segundo tipo de violência, segundo o Santo Padre, “é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso”. Os inimigos da religião buscam o seu desaparecimento, “mas o ‘não’ a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo”. “A ausência de Deus – advertiu – leva à decadência do homem e do humanismo.”

Buscar a verdade
Junto às duas realidades de religião e antirreligião, Bento XVI destacou também “outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus”. Estas pessoas não afirmam simplesmente que “não existe nenhum deus”, mas “sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho d’Ele”, sendo “peregrinos da verdade”.
Com a sua atitude, “aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista” e “chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais”. “Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que crêem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus”, afirmou.
Sua luta interior e seu interrogar-se, portanto, “constituem para os que creem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível”.
“Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas”, confessou Bento XVI.
Trata-se, concluiu, “de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito”.

Fonte: zenit.org

22 outubro 2011

22 de outubro - festa litúrgica de João Paulo II

Celebra-se hoje, pela primeira vez, em Roma e na Polônia, a memória litúrgica do Beato João Paulo II, elevado às honras dos altares no último dia 1º de maio. Inúmeras iniciativas de oração em todo o mundo para celebrar o evento, principalmente na capital italiana e no país natal de Wojtyla.

Nesta sexta-feira, 21 de outubro, foi realizada a translação da relíquia do sangue do Beato à capela do hospital pediátrico vaticano Menino Jesus. “João Paulo II está no coração de todos os católicos, e mesmo no dos não católicos”, afirmara na ocasião o Cardeal Secretário de Estado Tarcísio Bertone.

Breve histórico

Karol Józef Wojtyla nasceu, em Wadowice, Polônia em 18 de maio de 1920.
Em 1938 se matriculou na Faculdade de Filosofia da Universidade Jagelônica, com especialização em filologia polonesa. Em 1940 começou a trabalhar em minas de pedra e depois foi transferido para uma fábrica química.
Seu pai morreu em 1941, ficando sozinho, em termos de família. Sua mãe faleceu quando Lolek – como era chamado – tinha apenas 9 anos.
Em 1942 entrou para o seminário clandestino dirigido pelo Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Sapieha, onde iniciou os estudos de teologia, também clandestinamente. Em 1946 foi ordenado sacerdote e quinze dias depois viajou para Roma, para prosseguir os estudos no Angelicum. No ano seguinte concluiu o mestrado em Teologia. Em 1948 defendeu a tese de doutorado sobre São João da Cruz.
Em 1949 voltou para a Polônia, sendo nomeado vice-pároco e, mais tarde, tornou-se titular da cátedra de ética social. Em 1954 continuou lecionando em Cracóvia, passando depois a dar aulas também em Lublin. Quatro anos mais tarde, com 38 anos, foi eleito bispo auxiliar de Cracóvia. Era o bispo mais jovem da Polônia.
Em 1960 foram publicados suas obras: Max Scheler, Amor e Responsabilidade e o drama teatral “A Oficina do Ourives”.
Participou do Concílio Vaticano II.
Em dezembro de 1963, o Papa PauloVI nomeou-o Arcebispo de Cracóvia. Em outubro de 1964 recebeu o pálio das mãos de Paulo VI e três anos mais tarde foi criado cardeal. Em 1976 pregou os exercícios espirituais para Paulo VI e a Cúria Romana. Dois anos mais tarde participou do funerail de Paulo VI e no conclave que elegeu João Paulo I.
No início de outubro retornou ao Vaticano para o funeral de João Paulo I, e entrou no conclave que em 16 de outubro de 1978, o elegeu Sumo Pontífice, tornando-se o Sucessor de Pedro de número 263.
Dia 22 de outubro iniciou seu ministério de Pastor Universal da Igreja e logo depois deu início às 259 vistas às localidades italianas.
Em 1979 foi a vez de iniciar suas 617 visitas à cidades internacionais e, consequentemente aos 129 países dos cinco continentes. Nessas viagens ele pronunciou 2.382 discursos, realizando, ao todo, 104 viagens apostólicas internacionais.
Em 1979 outorgou à Igreja a primeira de suas 13 encíclicas, a Redemptor Hominis. Ainda em 1979 deu início à série de 1.338 beatificações em 147 cerimônias.
Em 1980 iniciou o hábito de ir, nas sextas-feiras santas, à Basílica de São Pedro para ouvir confissões.
Realizou 6 sessões ordinárias do Sínodo dos bispos.
Poderíamos citar outros tantos feitos grandiosos, que marcaram seu Pontificado. Isso não falta em sua biografia, mas isso junto não faz o santo.

João Paulo II foi beatificado por suas heróicas virtudes, de esperança e de caridade. Sua atitude de perdão ao seu quase assassino, sua atenção em relação aos menos favorecidos, suas lutas pelos Direitos Humanos e convicção de que Maria o ajudaria a combater o ateísmo; a aceitação serena do sofrimento e da diminuição de suas forças físicas, a dignidade cristã ao se apresentar ao mundo de um modo absolutamente frágil. Mesmo assim não abriu mão de viver profundamente sua última semana santa. Na Sexta-feira Santa acompanhou pela televisão, colocada em sua capela privada, a via-sacra abraçado a um crucifixo.

Era o Vigário do Senhor das dores, um homem do sofrimento como nos fala Isaías, contemplando a celebração da Paixão e Morte daquele a quem havia dado o “sim” para assumir a condução do rebanho. E agora ele o conduzia do mesmo modo que seu Senhor, através do caminho da dor, do sofrimento, da cruz.

Viveu sua última celebração pascal na expectativa de viver a sua Páscoa definitiva, que ocorreu alguns dias depois, na véspera do Domingo da Divina Misericórdia. Aquele que acompanhou o Senhor em sua Paixão, agora o acompanha na glória da vida nova.

O mundo compareceu em massa ao seu funeraL, não apenas com a presença de seus líderes, mas com a multidão de 5 milhões de pessoas que passaram diante de seu corpo durante oito dias. Na belíssima e comovente celebração eucaristica de corpo presente o povo se manifestou fazendo ecoar na Praça São Pedro o grito “santo já”. Bento XVI realizou esse grande desejo dos homens no dia 1º de maio de 2011.

17 outubro 2011

Padre Zezinho é homenageado por diversos cantores

Na semana em que o teatro Grande Otelo reabriu para apresentações, a comunidade católica de São Paulo ganhou um grande presente, um show com os jovens cantores do Projeto Louvor Acústico em homenagem aos 45 anos de música e 70 anos de vida do padre Zezinho. O sacerdote foi um dos percursores da musica católica no Brasil com seu jeito simples e profundo de anunciar a Boa Nova de Cristo em canções. Quem não se lembra em sua infância ou juventude das músicas de padre Zezinho nas celebrações da Santa Eucaristia?
O show foi realizado no dia 13 de outubro com as presenças de padre Hewaldo Trevisan que o apresentou, e dos cantores do Louvor Acústico (Márcio Cruz, Gil Monteiro, Simone Vioto, Cleiton Saraiva, Alex Olliveira, Bruno Camurati, Lucimare Nascimento, Abner Santos, Vinícius del Bianco e Olivia Ferreira). Estes jovens ministros de música cantaram os maiores sucessos de padre Zezinho, entre eles: “Alô meu Deus”; “Utopia”; “Um certo Galileu”; “Oração pela família” entre outras. Todas as canções ganharam novos arranjos.
O espetáculo foi assistido por cerca de 300 pessoas, dentre eles os membros da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, à qual Padre Zezinho pertence. Marcaram presença na plateia também os cantores Walmir Alencar (MAV) e Diego Fernandes.
Durante a apresentação, de forma improvisada, padre Zezinho recitou palavras de formação para os novos ministros de música, falando sobre a importância da preocupação em fazer canções que possam atingir desde as crianças até os anciões. Falou também do papel dos padres cantores, para que não percam o foco que é Jesus e seu sacerdócio, e que as músicas e o reconhecimento devem vir por acréscimo, não sendo um padre um ídolo e sim um sacerdote no significado literal.
A emoção foi geral, tanto do público ali presente, como dos músicos e também do idealizador deste evento, o produtor artístico André Simão da gravadora Atração.





Veja a seguir depoimentos dos jovens cantores sobre esta homenagem ao padre Zezinho:
Lucimare Nascimento – “Pe. Zezinho representa para mim um mestre em música católica. Acredito que só conseguimos caminhar quando temos referência, assim como grandes profetas foram inspirados por outros profetas. Padre Zezinho veio a incentivar esta nova geração que está comprometida com a Palavra e com o reino de Deus. Uma geração que não quer divulgar apenas uma imagem, mas sim anunciar o Reino de Deus e fazer a palavra de Deus acontecer. Então, pra mim, segui-lo é exatamente ter um norte para direcionar o meu ministério a um caminho mais seguro. Eu o considero um grande compositor, um grande pregador, enfim... Ele é o cara!”.
Bruno Camurati – “Cantar as músicas do padre Zezinho nesta homenagem significou muito para mim. Eu, que sou compositor também, acredito muito nesta verdade e na simplicidade que as músicas dele trazem, e eu tento seguir esses passos. Acredito que quanto mais simples, mais verdadeiro, mais sincera é nossa música, mais ela chegará às pessoas, porque ela estará falando das coisas mais simples do coração, sem tentar inventar, sem tentar criar nada de diferente, simplesmente falar o que a gente vive nas músicas. Pe Zezinho é um excelente exemplo, eu espero deixar as minhas canções tão simples quanto foram os trabalhos dele que é exemplo para muitas gerações. Estou muito feliz!”
Olivia Ferreira – “Padre Zezinho tem grande influência na minha vida, na minha caminhada, cresci ouvindo as canções dele, e como disse a ele hoje, nós ainda estamos crescendo e aprendendo com suas músicas. Porque ele sempre vem nos trazer algo novo, grandes coisas da parte de Deus.”
Cleiton Saraiva – “Hoje eu vivi uma das maiores emoções da minha vida, poder cantar para o Padre Zezinho, e com ele. É algo que eu sempre sonhei, por que sempre cantei as músicas litúrgicas dele na Santa Missa. Meus pais cantavam, meus avós cantavam e nossa geração jovem ainda canta as músicas de Padre Zézinho, porque são canções que mexem com nossas emoções. É uma alegria enorme, Deus me presenteou neste momento da minha missão. As letras dele são vivas, letras inspiradas na palavra de Deus que não passam. Agradeço as pessoas que vieram prestigiar este evento, e reforço meu sentimento de alegria e gratidão a Deus por este momento. Com certeza hoje dobrarei meus joelhos e agradecerei a Deus por este lindo presente!”
Marcio Cruz – “Falar sobre Padre Zézinho é uma grande responsabilidade, embora ele não goste de ser chamado de um grande ícone, uma grande referência, ele é alguém que nos ensina com cada palavra a conduzir de forma mais coerente a vida e a própria fé testemunhada. Acredito que, além de ele ter um conteúdo gigantesco, ele é alguém que entendeu qual é o lugar do evangelizador dentro da Igreja. Nós vemos muitas pessoas evangelizando, mas são na verdade protagonistas - e, na realidade, o grande protagonista, Aquele que deve estar em evidência, deve ser o próprio Cristo! Analisando a historia da carreira, da missão do Padre Zezinho, vemos que ela não se perde, é continua, os anos se passam e suas obras permanecem, por que ele tem um raciocínio, tem uma visão de evangelização muito além do que as outras pessoas hoje têm do que é a missão do cantor católico.”
Simone Vioto – “É uma honra estar aqui prestando esta homenagem ao padre Zezinho, que é um sacerdote que sempre esteve presente na vida dos católicos e, principalmente, na vida do músico católico. Ele, sendo o pioneiro, foi desbravando o meio musical. A partir dele a música católica tomou um outro rumo, uma outra vertente, uma outra direção. Tenho o Padre Zezinho como uma fonte, onde busco inspiração, principalmente pela versatilidade. Como ele mesmo disse, ele compõe para idosos, adultos e crianças. Uma das primeiras obras cristãs católicas para crianças foi de autoria do Padre Zezinho. Este lado dele de não se distanciar do foco do músico católico é Deus é algo que nos inspira e nos anima.”


Texto: Herbert Codonho

28 setembro 2011

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, é o novo Arcebispo de Florianópolis

Dom Wilson önck, scj assume a Arquidiocese de Florianópolis SC, que estava vacante desde 25 de março deste ano. Será o quinto Arcebispo, sucedendo Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj, Arcebispo de São Salvador na Bahia e Primaz do Brasil.

Nascido em Vidal Ramos, SC, no dia 10 de julho de 1951, fez sua Profissão Religiosa na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos) em 02 de fevereiro de 1972. Em 17 de dezembro de 1977 foi ordenado Presbítero.

Em 11 de junho de 2003 foi nomeado Bispo Titular de Gemellae in Byzacena e Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Recebeu a Sagração Episcopal no dia 16 de agosto do mesmo ano. No dia 26 de maio de 2010 foi nomeado quinto Bispo da diocese de Tubarão, SC, recebendo, em 18 de julho, das mãos do então Arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, o báculo como símbolo do serviço confiado ao pastor segundo o modelo de Jesus Cristo que conhece e guia seu povo.

Seu lema episcopal é: “Maximus amor pro amicis mori” - "Amar é dar a vida”. O novo Arcebispo será empossado no dia 15 de novembro de 2011, no ginásio de esportes do Colégio Catarinense, Florianópolis, em cerimônia que terá início às 9h30.

25 setembro 2011

A Igreja precisa mudar? O papa responde...

Há décadas, vemos uma diminuição da prática religiosa e percebemos o afastamento de grande número de batizados da vida da Igreja, disse o Papa Bento XVI no encontro com os católicos comprometidos na Igreja e na sociedade, em Friburgo, neste domingo, 25, último dia de sua viagem à Alemanha.

Diante dessa situação, surge a pergunta: Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?

O Santo Padre recordou um pequeno episódio que traz dois ensinamentos. "Uma vez alguém pediu a beata Madre Teresa para dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!".

Em primeiro lugar, essa resposta diz que "a Igreja não são apenas os outros ou a hierarquia..., mas somos todos nós, os batizados". Por outro lado, a religiosa parte do pressuposto de que há uma necessidade de mudança, por isso "cada cristão e a comunidade dos crentes são chamados a uma contínua conversão".

Mas como acontecerá essa mudança? reflete o Papa. Para ele, o motivo fundamental da mudança é a "missão apostólica" dos discípulos e da própria Igreja, que "deve verificar incessantemente a sua fidelidade a esta missão".

Desmundanizar a Igreja

Bento XVI disse que, devido às pretensões e condicionamentos do mundo, o testemunho cristão muitas vezes fica ofuscado e a mensagem do Evangelho acaba relativizada. E explicou que "para cumprir a sua missão, ela [a Igreja] deverá continuamente manter a distância do seu ambiente, deve por assim dizer 'desmundanizar-se'".

A Igreja, afirma o Papa, encontra o seu sentido exclusivamente no compromisso de "ser instrumento da redenção, de permear o mundo com a palavra de Deus e de transformá-lo introduzindo-o na união de amor com Deus".

Entretanto, ao longo do desenvolvimento da Igreja, muitas vezes manifestou-se uma tendência contrária a isso: a de uma Igreja que se acomoda neste mundo, torna-se autossuficiente e se adapta aos critérios do mundo. "Deste modo, dá uma importância maior, não ao seu chamamento à abertura, mas à organização e à institucionalização", apontou.

"Para corresponder à sua verdadeira tarefa, a Igreja deve esforçar-se sem cessar por destacar-se da mundanidade do mundo. Assim fazendo, ela segue as palavras de Jesus: 'Eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo' (Jo 17, 16)", destacou Bento XVI.

Segundo ele, a história, em certo sentido, vem em auxílio da Igreja com as diversas épocas de secularização, que contribuíram de modo essencial para sua purificação e reforma interior. "As secularizações... sempre significaram uma profunda libertação da Igreja de formas de mundanidade: despojava-se, por assim dizer, da sua riqueza terrena e voltava a abraçar plenamente a sua pobreza terrena".

Os exemplos históricos mostram que o testemunho missionário de uma Igreja "desmundanizada" refulge de modo mais claro. "Liberta do seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e de modo verdadeiramente cristão ao mundo inteiro, pode estar verdadeiramente aberta ao mundo. Pode de novo viver, com mais agilidade, a sua vocação ao ministério da adoração de Deus e ao serviço do próximo", afirmou o Papa.

Escândado da cruz

Bento XVI afirmou que, a fé cristã constitui, ainda hoje, um escândalo para o homem. "[Crer] que o Deus eterno se preocupe conosco, seres humanos, e nos conheça; que o Inatingível, num determinado momento, se tenha colocado ao nosso alcance; que o Imortal tenha sofrido e morrido na cruz; que nos sejam prometidas a nós, seres mortais, a ressurreição e a vida eterna – crer em tudo isto é para nós, homens, uma verdadeira presunção".

Este escândalo - destacou o Santo Padre -, que não pode ser abolido se não se quer abolir o cristianismo, "foi infelizmente encoberto por outros tristes escândalos dos anunciadores da fé". "Cria-se uma situação perigosa, quando estes escândalos ocupam o lugar do 'skandalon' primordial da Cruz tornando-o assim inacessível, isto é, quando escondem a verdadeira exigência cristã por trás da incongruência dos seus mensageiros".

Força da fé cristã

Há mais uma razão para pensar que seja novamente a hora de tirar corajosamente o que há de mundano na Igreja, ressaltou o Papa. "Isto não significa retirar-se do mundo. Uma Igreja aliviada dos elementos mundanos é capaz de comunicar aos homens, precisamente no âmbito sóciocaritativo – tanto aos que sofrem como àqueles que os ajudam –, a força vital particular da fé cristã".

"Certamente também as obras caritativas da Igreja devem continuamente prestar atenção à necessidade duma adequada separação do mundo, para evitar que, devido a um progressivo afastamento da Igreja, se sequem as suas raízes. Só a relação profunda com Deus torna possível uma atenção plena ao homem, tal como sem a atenção ao próximo se empobrece a relação com Deus", pontualizou.

Para a Igreja "desmundanizada", ser aberta às vicissitudes do mundo significa testemunhar segundo o Evangelho, com palavras e obras, aqui e agora a soberania do amor de Deus. "Esta tarefa remete ainda para além do mundo presente: de fato, a vida presente inclui a ligação com a vida eterna. Como indivíduos e como comunidade da Igreja, vivemos a simplicidade dum grande amor que, no mundo, é simultaneamente a coisa mais fácil e a mais difícil, porque requer nada mais nada menos que o doar-se a si mesmo", concluiu.

Após o encontro, o Santo Padre se dirigiu ao Aeroporto de Lahr, onde participará da cerimônia de despedida, antes de retornar a Roma.

23 setembro 2011

Perguntas e respostas sobre a crise de alimentos na África

Qual é a atual situação no leste da África?

Há uma terrível seca em um vasto território que inclui a região sul da Somália e partes do Quênia, da Etiópia e de Djibuti. Fontes de água estão secando e as populações estão perdendo suas colheitas e gado. Consequentemente, os povos urbanos também sofrem as conseqüências com o aumento no preço dos alimentos. Àqueles que tiveram sua renda reduzida ao máximo, já estão, muitas vezes, recorrendo a mendicância e à prostituição. Outros países afetados são: Eritréia, Sudão, Sul do Sudão e Uganda. Pelo menos 12,4 milhões de pessoas são atingidas e as mais vulneráveis são aquelas que dependem da criação de gado. Mais de meio milhão de crianças estão perigosamente desnutridas e se nada for feito rapidamente, é possível que isto traga efeitos a curto e a longo prazo, uma vez que a desnutrição afeta o desenvolvimento físico e metal das crianças.

Por que a África Oriental está enfrentando esta grande escassez de alimentos?

De acordo com a ciência do clima, os padrões das chuvas na região mudaram devido ao aquecimento global e existe uma escassez das chuvas sazonais. Colheitas foram perdidas, há menos trabalho e os animais estão morrendo. Em conseqüência desta situação, houve um aumento significativo no preço dos alimentos (de até 200% na Somália e 20% no Quênia nos últimos quatro meses). Famílias pobres, correspondente a um terço de toda Somália, não podem mais comprar comida suficiente para suas casas. O conflito nesta região é a falta de infra-estrutura e de um governo que funcione com eficácia para garantir a segurança alimentar do país.

O que pode ser feito para evitar outras crises alimentares nessa região no futuro?

Financeiramente é necessário desenvolver ações de emergência a curto e a longo prazo. Somente para este ano, são necessários um milhão de dólares. Até agora se tem apenas a metade deste valor garantido. Também é preciso um investimento considerável em soluções simples, de baixo custo e de baixo nível tecnológico para melhorar a retenção das chuvas e das águas subterrâneas, reabastecer os aquíferos subterrâneos, melhorar a fertilidade do solo, conservar as pastagens e aumentar o uso de sementes resistentes a seca com o uso de adubos e fertilizantes naturais.
É necessário trabalhar com a irrigação e criar um estoque de suprimentos de emergência. Uma solução poderia ser a segurança dos pequenos agricultores, a fim de protegê-los contra estes riscos na garantia de não faltar alimentos em situações como esta. Uma alternativa relativamente barata. Além disso, é preciso de mais investimentos em pesquisas sobre o clima e a agricultura.
Permitir o acesso à população afetada da Somália seria fundamental para que as pessoas possam se beneficiar das iniciativas de socorro. É importante promover a paz nesta região para possibilitar o investimento na produção agrícola a médio e longo prazo.



Doações

As doações, em qualquer valor, podem ser feitas nas seguintes contas:

Banco do Brasil: AG. 3475-4, C/C 26.116-5

Caixa Econômica Federal: AG. 1041, OP. 003, C/C 1751-6

Banco Bradesco: AG. 0606-8, C/C 187587-6

para DOC e TED o CNPJ é: 33.654.419/0001-16