24 setembro 2010

Presidenciáveis participam de debate promovido com apoio da CNBB


Os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram do debate promovido com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na noite desta quinta-feira, 23, em Brasília (DF).

O debate, que durou pouco mais de uma hora, abordou os seguintes temas: educação, saúde, programas sociais, segurança pública, exploração do petróleo na camada pré-sal, programas para crianças e jovens, combate às drogas, descriminalização do aborto, ensino universitário, reforma tributária, reforma política e desigualdade social. Durante as intervenções dos candidatos a platéia, composta por assessores políticos e estudantes, a manifestação foi intensa com aplausos, vaias e risos.

O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, colocou a lei do aborto em pauta no 2º bloco do debate. O bispo perguntou à candidata Marina Silva como ela lida com o fato de o partido dela, como o PT e outros partidos, trazerem o aborto como um dos temas de programa.

Marina disse ser defensora da vida e pediu uma discussão do assunto, sem se fazer "satanização" das pessoas. Voltou a propor a realização de um plebiscito sobre a questão. "Aborto não pode ser método contraceptivo. Eu tenho a vida como princípio", afirmou.

Dilma Rousseff comentou a resposta de Marina. Disse ser pessoalmente contra o aborto. Apontou que, como presidente da República, deverá se preocupar com mulheres pobres que usam "métodos absolutamente bárbaros" [para abortar]. "Elas têm de ser protegidas. E é nesse sentido que eu afirmei sempre que isso é questão de saúde pública", ressaltou.

A primeira e última fala de José Serra no debate tiveram foco religioso. No começo, disse ser cristão e seguidor de Jesus Cristo com os princípios de verdade e justiça. Ao final, recordou três figuras católicas que, segundo ele, marcaram sua vida (um padre, uma madre e um arcebispo). "E o Dom Paulo Evaristo Arns: fundamental para tudo que eu fiz a partir dos anos 80, depois dos 14 anos de exílio", finalizou.

Durante o debate, Plínio de Arruda Sampaio insistiu em diferenciar o projeto de governo dele dos demais candidatos. Defendeu o que chamou de propostas radicais no campo da educação, reforma agrária e economia. "Eles querem melhorar. Eu quero resolver", afirmou.

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