02 dezembro 2011

Nota da CNBB sobre o Código Florestal

O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da Conferência Nacional dos bispos do Brasil – CNBB, reunido nos dias 29 e 30 de novembro de 2011, vem manifestar sua preocupação com a possível aprovação, pelo Congresso Nacional, do projeto de reforma do Código Florestal brasileiro. Já aprovado nas devidas Comissões do Senado Federal, o novo Código Florestal, tão necessário ao Brasil, embora tenha obtido avanços pontuais na Comissão do Meio Ambiente, como um capítulo específico para a agricultura familiar, ainda carece de correções.

O projeto, ao manter ocupações em áreas ilegalmente desmatadas (Artigos 68 e 69) e permitir a recuperação de apenas metade do mínimo necessário para proteger os rios e a biodiversidade (Artigos 61 e 62), condena regiões inteiras do país a conviver com rios agonizantes, nascentes sepultadas e espécies em extinção. Sob o pretexto de defender os interesses dos pequenos agricultores, esta proposta define regras que estenderão a anistia a quase todos os proprietários do país que desmataram ilegalmente. O projeto fragiliza a proteção das florestas hoje conservadas, permitindo o aumento do desmatamento. Os manguezais estarão abertos à criação de camarão em larga escala, prejudicando os pescadores artesanais e os pequenos extrativistas. Os morros perderão sua proteção, sujeitados a novas ocupações agropecuárias que já se mostraram equivocadas. A floresta amazônica terá sua proteção diminuída, com suas imensas várzeas abertas a qualquer tipo de ocupação, prejudicando quem hoje as utiliza de forma sustentável. Permanecendo assim, privilegiará interesses de grupos específicos contrários ao bem comum.

Diferentemente do que vem sendo divulgado, este projeto não representa equilíbrio entre conservação e produção, mas uma clara opção por um modelo de desenvolvimento que desrespeita limites da ação humana.

A tão necessária proteção e a diferenciação mediante incentivos econômicos, que seriam direcionados a quem efetivamente protegeu as florestas, sobretudo aos agricultores familiares, entraram no texto como promessas vagas, sem indicativo concreto de que serão eficazes.

Insistimos que, no novo Código Florestal, haja equilíbrio entre justiça social, economia e ecologia, como uma forma de garantir e proteger as comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas e de defender os grupos que sabem produzir em interação e respeito com a natureza. O cuidado com a natureza significa o cuidado com o ser humano. É a atenção e o respeito com tudo aquilo que Deus fez e viu que era muito bom (cf. Gn 1,30).

O novo Código Florestal, para ser ético, deve garantir o cuidado com os biomas e a sobrevivência dos diferentes povos, além de preservar o bom uso da água e permitir o futuro saudável à humanidade e ao ecossistema.

Que o Senhor da vida nos ilumine para que as decisões a serem tomadas se voltem ao bem comum.

Brasília-DF, 30 de novembro de 2011

15 novembro 2011

Nota de falecimento: irmão Afonso Pedrini, 83 anos (BRM)

AFONSO PEDRINI, scj
Nascimento: 18 junho 1928  -  Falecimento: 15 novembro 2011

Religioso de poucas palavras e muita atitude, irmão Afonso Pedrini nasceu no dia 18 de junho de 1928, em Botuverá SC. Filho de José e Palmira Pedrini, saiu muito novo de sua cidade natal para morar com a família em Tijucas, litoral catarinense.
Ingressou no seminário no dia 15 de agosto de 1945, no postulantado em Castro – Paraná, então com 17 anos. Na mesma cidade fez o Noviciado e no dia 19 de março de 1947, festa de São José,  professou os votos religiosos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, perpetuando sua vocação religiosa no dia 16 de junho de 1950.
Sua primeira casa religiosa foi o Seminário de Lavras - MG, onde permaneceu de 1947 até 1963, quando foi transferido para o Seminário de Corupá.
Por alguns meses, em 1969 foi residir em São Paulo. Já em 1970, foi transferido para Taubaté, onde ficou por dois anos.
Desde 1972, irmão Afonso residiu como religioso no Seminário São José – Rio Negrinho, chegando a assumir por alguns anos a função de ecônomo. Será sempre lembrado por sua seriedade, disposição ao trabalho, especialmente com a horta e o cultivo de kiwi, por seu silêncio orante e pela intensa vida de oração e contemplação.

Faleceu às 19h de 15 de novembro de 2011,aos 83 anos.

A Missa de exéquias será quarta-feira, dia 16 de novembro, às 15h na capela do Seminário São José - Rio Negrinho e o corpo será sepultado no Seminário de Corupá, após a celebração.

Em prece, agradecemos a Deus pela vida e testemunho do irmão Afonso.

BRM: informações sobre a saúde de irmão Afonso Pedrini (Rio Negrinho)

Na última quarta-feira, dia 09 de novembro, o irmão Afonso Pedrini (83 anos), conhecido religioso do Seminário São José - Rio Negrinho SC - sofreu uma queda devido um derrame cerebral, constatado após exame de tomografia. Com a queda, sofreu também um hematoma no olho esquerdo.

Levado ao hospital, foi atendido e diagnosticado o derrame, e encaminhado para o Hospital Unimed, de Joinville, sofrendo intervenção cirúrgica. Após a cirurgia, foi internado na UTI do mesmo hospital.

No sábado, dia 12/11, apresentou melhora no quadro clínico, respondendo a estímulos, acordando e respondendo perguntas com movimentos dos olhos e cabeça.

No domingo, dia 13/11, seu quadro clinico agravou e os médicos afirmam, desde então, que sua situação fisiológica tende a dirigir-se para morte cerebral.

Mesmo assim, a comunidade do Seminário São José segue em prece pela vida do irmão Afonso, entregando-a às mãos de Deus.

13 novembro 2011

5 Semana Social Brasileira

A partir da crise do capital financeiro globalizado de 2008, ficou demonstrado pela prática que a proposta neoliberal de redução do Estado não passou de afirmação ideológica. Seu objetivo real era libertar o capital financeiro de controles para realizar aventuras em seus negócios com as dívidas dos Estados e com créditos absolutamente sem garantias, com o único objetivo de concentrar renda e poder.

A 5 Semana Social Brasileira vai tratar o tema "Um novo Estado: caminho para uma nova sociedade do bem viver"

Sua aposta foi a de que os Estados, já amoldados aos seus interesses e dependentes de seus créditos, não os deixariam quebrar, já que isso resultaria na quebra geral do chamado “mercado global”. Aposta acertada: na hora da crise, repassaram, e com rapidez impressionante, trilhões de dólares dos fundos estatais para os grandes grupos econômico-financeiros. E agora, no momento em que os Estados deveriam cobrar os empréstimos com juros, diminuindo suas dívidas, uma vez mais os mesmos grupos cobram que o “equilíbrio fiscal” dos orçamentos públicos – isto é, que a capacidade de continuar pagando os custos de suas dívidas - seja refeito diminuindo os gastos públicos, retirando direitos, rebaixando salários e aposentadorias.

Estamos diante da comprovação de que seu capitalismo é algo sem risco, pois socializam perdas e privatizam ganhos. E de forma legitimada, operacionalizada com a mediação dos Estados nacionais.

Este caldo, em que se misturam comprovações do previsto por análises críticas e teimosa continuidade nas mesmas políticas, tem sido motivo para que a equipe que recebeu a tarefa de elaborar análises críticas da história dos dias atuais – mais conhecidas como análises da conjuntura – tenha definido a questão do Estado como eixo para o texto deste ano. Como se verá, o objetivo foi contribuir para a compreensão crítica da mediação do Estado na configuração da sociedade brasileira.


A 5º Semana tem como proposta a reflexão sobre o papel do Estado na vida dos brasileiros em uma perspectiva crítica e propositiva, pois participar implica em ter consciência das difi culdades e erros, mas também a ousadia de propor outros caminhos.

11 novembro 2011

BSP: Instituto Meninos São Judas (SP) terá lançamento de livro

Co-autoria do pe. Lorival João Back, scj, diretor do IMSJT, e da jornalista Terêzia Dias, o livro "Uma história de amor e doação" conta a trajetória do Instituto Meninos de São Judas Tadeu desde a sua fundação até os dias atuais. Além dos fatos históricos e de muitos depoimentos, o livro contém um rico acervo de fotos das diversas fases do IMSJT. “Essa história de várias décadas, regada por tantas lágrimas doloridas e iluminada por muitos sorrisos vitoriosos, fala por si mesma. Contudo, os autores, pe. Lorival João Back e Terêzia Dias, deram palavras e nomes às pessoas e aos fatos, aos sentimentos e aos atos. E aqui está, como resultado, um lindo livro!”, considera pe. Mariano Weizenmann, superior da Província Brasil-São Paulo da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, no Prefácio que escreveu para esse livro.

Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo auxiliar de São Paulo, escreveu o Prólogo, o que valoriza ainda mais esse livro. “Na cidade de São Paulo, o Instituto Meninos de São Judas Tadeu, fiel aos ideais de seus idealizadores, ainda que adaptados às novas circunstâncias e exigências, floresce como um lírio no campo que na sua simplicidade, beleza, bondade e verdade, revela o coração de Deus e a sua providência que não falha para os pequeninos, os prediletos de Jesus Cristo”, diz ele. É por tudo isso que Uma história de amor e doação merece ser lida e conhecida por todos os que conhecem e ajudam o IMSJT. E os autores contam com sua presença e apoio no lançamento do livro, que será em 20 de novembro, na sede do IMSJT, a partir das 10:00h.


10 novembro 2011

Encontro Internacional da Juventude Dehoniana 2013

CLIQUE PARA ACESSAR SITE ESPECIAL


Todo grande evento exige muita reflexão, organização, ideias, estrutura, planejamento e, o principal, pessoas dispostas! No dia 08 de novembro, tudo isso foi reunido em São Paulo, nas dependências do Instituto Meninos São Judas Tadeu, com a primeira reunião da equipe de coordenação geral do Encontro Internacional da Juventude Dehoniana 2013.

 Programação, locais, transporte, alimentação, momentos celebrativos e culturais, o lema e a cara do EJD 2013 começaram a ser desenhados pelos padres Jairson Hellmann e Marcelo Reis, os religiosos Anderson de Paula, Carlos Pereira, Giorgio Sinestri e o postulante Rodrigo de Oliveira, que começam a sonhar o primeiro encontro internacional da Juventude Dehoniana a ser realizado no Brasil, de 20 a 28 de julho de 2013, em São Paulo e Rio de Janeiro.

Desde já, toda a Família Dehoniana é chamada a rezar por este evento, que pretende ser uma grande oportunidade de mostrar com muita arte e reflexão à nossa juventude o caminho que leva ao amor! Aguardem novidades e não deixe de acompanhar nosso site www.dehonbrasil.com/ejd2013 e nossa presença nas redes socias!

04 novembro 2011

Vestibular da Faculdade Dehoniana e da Faculdade São Luiz - informe-se!

FACULDADE DEHONIANA
Taubaté SP
TEOLOGIA E FILOSOFIA - inscrições abertas de 17/10/2011 a 25/11/2011. Provas no dia 03/12/2011. Informações e inscrições no site http://www.dehoniana.org.br/vestibular2012/


FACULDADE SÃO LUIZ
Brusque SC
FILOSOFIA - inscrições abertas de 01/11 a 30/11/2011. As provas acontecem dia 11/12/2011. Informações e inscrições no site http://www.faculdadesaoluiz.edu.br/graduacao/76/vestibular

28 outubro 2011

Bento XVI: a religião é uma força de paz

A religião é uma força de paz e a violência, muitas vezes exercida em nome das convicções religiosas, na verdade a deforma e provoca a sua destruição.
O Papa Bento XVI destacou isso hoje, no discurso que pronunciou na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis (Itália), na abertura do Dia de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e a Justiça no Mundo, com o tema “Peregrinos da verdade, peregrinos da paz”.
“Como se encontra hoje a causa da paz?”, perguntou-se, recordando que, há 25 anos, o Beato João Paulo II convidou pela primeira vez os representantes das religiões do mundo a Assis, para rezar com esta finalidade. “Naquele momento, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si”, lembrou. O símbolo daquela divisão era o muro de Berlim, que caiu três anos depois, em 1989, sem derramamento de sangue.
“A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência”, observou o Papa, indicando que esta foi de uma vitória da liberdade, uma vitória da paz. Desde então, reconheceu, “o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência”.

Novas formas de violência
Segundo Bento XVI, existem duas novas formas de violência, “diametralmente opostas em sua motivação”. Em primeiro lugar, está o terrorismo, “no qual, em vez de uma grande guerra, realizam-se ataques bem definidos que devem atingir pontos importantes do adversário, de modo destrutivo e sem nenhuma preocupação pelas vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas”.
“Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o caráter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do ‘bem’ pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência.” “Esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição”, declarou o Pontífice.
“É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza.”
“É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que – apesar da fraqueza do homem – seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo”, disse. “A Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo”, acrescentou. Um segundo tipo de violência, segundo o Santo Padre, “é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso”. Os inimigos da religião buscam o seu desaparecimento, “mas o ‘não’ a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo”. “A ausência de Deus – advertiu – leva à decadência do homem e do humanismo.”

Buscar a verdade
Junto às duas realidades de religião e antirreligião, Bento XVI destacou também “outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus”. Estas pessoas não afirmam simplesmente que “não existe nenhum deus”, mas “sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho d’Ele”, sendo “peregrinos da verdade”.
Com a sua atitude, “aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista” e “chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais”. “Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que crêem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus”, afirmou.
Sua luta interior e seu interrogar-se, portanto, “constituem para os que creem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível”.
“Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas”, confessou Bento XVI.
Trata-se, concluiu, “de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito”.

Fonte: zenit.org

22 outubro 2011

22 de outubro - festa litúrgica de João Paulo II

Celebra-se hoje, pela primeira vez, em Roma e na Polônia, a memória litúrgica do Beato João Paulo II, elevado às honras dos altares no último dia 1º de maio. Inúmeras iniciativas de oração em todo o mundo para celebrar o evento, principalmente na capital italiana e no país natal de Wojtyla.

Nesta sexta-feira, 21 de outubro, foi realizada a translação da relíquia do sangue do Beato à capela do hospital pediátrico vaticano Menino Jesus. “João Paulo II está no coração de todos os católicos, e mesmo no dos não católicos”, afirmara na ocasião o Cardeal Secretário de Estado Tarcísio Bertone.

Breve histórico

Karol Józef Wojtyla nasceu, em Wadowice, Polônia em 18 de maio de 1920.
Em 1938 se matriculou na Faculdade de Filosofia da Universidade Jagelônica, com especialização em filologia polonesa. Em 1940 começou a trabalhar em minas de pedra e depois foi transferido para uma fábrica química.
Seu pai morreu em 1941, ficando sozinho, em termos de família. Sua mãe faleceu quando Lolek – como era chamado – tinha apenas 9 anos.
Em 1942 entrou para o seminário clandestino dirigido pelo Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Sapieha, onde iniciou os estudos de teologia, também clandestinamente. Em 1946 foi ordenado sacerdote e quinze dias depois viajou para Roma, para prosseguir os estudos no Angelicum. No ano seguinte concluiu o mestrado em Teologia. Em 1948 defendeu a tese de doutorado sobre São João da Cruz.
Em 1949 voltou para a Polônia, sendo nomeado vice-pároco e, mais tarde, tornou-se titular da cátedra de ética social. Em 1954 continuou lecionando em Cracóvia, passando depois a dar aulas também em Lublin. Quatro anos mais tarde, com 38 anos, foi eleito bispo auxiliar de Cracóvia. Era o bispo mais jovem da Polônia.
Em 1960 foram publicados suas obras: Max Scheler, Amor e Responsabilidade e o drama teatral “A Oficina do Ourives”.
Participou do Concílio Vaticano II.
Em dezembro de 1963, o Papa PauloVI nomeou-o Arcebispo de Cracóvia. Em outubro de 1964 recebeu o pálio das mãos de Paulo VI e três anos mais tarde foi criado cardeal. Em 1976 pregou os exercícios espirituais para Paulo VI e a Cúria Romana. Dois anos mais tarde participou do funerail de Paulo VI e no conclave que elegeu João Paulo I.
No início de outubro retornou ao Vaticano para o funeral de João Paulo I, e entrou no conclave que em 16 de outubro de 1978, o elegeu Sumo Pontífice, tornando-se o Sucessor de Pedro de número 263.
Dia 22 de outubro iniciou seu ministério de Pastor Universal da Igreja e logo depois deu início às 259 vistas às localidades italianas.
Em 1979 foi a vez de iniciar suas 617 visitas à cidades internacionais e, consequentemente aos 129 países dos cinco continentes. Nessas viagens ele pronunciou 2.382 discursos, realizando, ao todo, 104 viagens apostólicas internacionais.
Em 1979 outorgou à Igreja a primeira de suas 13 encíclicas, a Redemptor Hominis. Ainda em 1979 deu início à série de 1.338 beatificações em 147 cerimônias.
Em 1980 iniciou o hábito de ir, nas sextas-feiras santas, à Basílica de São Pedro para ouvir confissões.
Realizou 6 sessões ordinárias do Sínodo dos bispos.
Poderíamos citar outros tantos feitos grandiosos, que marcaram seu Pontificado. Isso não falta em sua biografia, mas isso junto não faz o santo.

João Paulo II foi beatificado por suas heróicas virtudes, de esperança e de caridade. Sua atitude de perdão ao seu quase assassino, sua atenção em relação aos menos favorecidos, suas lutas pelos Direitos Humanos e convicção de que Maria o ajudaria a combater o ateísmo; a aceitação serena do sofrimento e da diminuição de suas forças físicas, a dignidade cristã ao se apresentar ao mundo de um modo absolutamente frágil. Mesmo assim não abriu mão de viver profundamente sua última semana santa. Na Sexta-feira Santa acompanhou pela televisão, colocada em sua capela privada, a via-sacra abraçado a um crucifixo.

Era o Vigário do Senhor das dores, um homem do sofrimento como nos fala Isaías, contemplando a celebração da Paixão e Morte daquele a quem havia dado o “sim” para assumir a condução do rebanho. E agora ele o conduzia do mesmo modo que seu Senhor, através do caminho da dor, do sofrimento, da cruz.

Viveu sua última celebração pascal na expectativa de viver a sua Páscoa definitiva, que ocorreu alguns dias depois, na véspera do Domingo da Divina Misericórdia. Aquele que acompanhou o Senhor em sua Paixão, agora o acompanha na glória da vida nova.

O mundo compareceu em massa ao seu funeraL, não apenas com a presença de seus líderes, mas com a multidão de 5 milhões de pessoas que passaram diante de seu corpo durante oito dias. Na belíssima e comovente celebração eucaristica de corpo presente o povo se manifestou fazendo ecoar na Praça São Pedro o grito “santo já”. Bento XVI realizou esse grande desejo dos homens no dia 1º de maio de 2011.

17 outubro 2011

Padre Zezinho é homenageado por diversos cantores

Na semana em que o teatro Grande Otelo reabriu para apresentações, a comunidade católica de São Paulo ganhou um grande presente, um show com os jovens cantores do Projeto Louvor Acústico em homenagem aos 45 anos de música e 70 anos de vida do padre Zezinho. O sacerdote foi um dos percursores da musica católica no Brasil com seu jeito simples e profundo de anunciar a Boa Nova de Cristo em canções. Quem não se lembra em sua infância ou juventude das músicas de padre Zezinho nas celebrações da Santa Eucaristia?
O show foi realizado no dia 13 de outubro com as presenças de padre Hewaldo Trevisan que o apresentou, e dos cantores do Louvor Acústico (Márcio Cruz, Gil Monteiro, Simone Vioto, Cleiton Saraiva, Alex Olliveira, Bruno Camurati, Lucimare Nascimento, Abner Santos, Vinícius del Bianco e Olivia Ferreira). Estes jovens ministros de música cantaram os maiores sucessos de padre Zezinho, entre eles: “Alô meu Deus”; “Utopia”; “Um certo Galileu”; “Oração pela família” entre outras. Todas as canções ganharam novos arranjos.
O espetáculo foi assistido por cerca de 300 pessoas, dentre eles os membros da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, à qual Padre Zezinho pertence. Marcaram presença na plateia também os cantores Walmir Alencar (MAV) e Diego Fernandes.
Durante a apresentação, de forma improvisada, padre Zezinho recitou palavras de formação para os novos ministros de música, falando sobre a importância da preocupação em fazer canções que possam atingir desde as crianças até os anciões. Falou também do papel dos padres cantores, para que não percam o foco que é Jesus e seu sacerdócio, e que as músicas e o reconhecimento devem vir por acréscimo, não sendo um padre um ídolo e sim um sacerdote no significado literal.
A emoção foi geral, tanto do público ali presente, como dos músicos e também do idealizador deste evento, o produtor artístico André Simão da gravadora Atração.





Veja a seguir depoimentos dos jovens cantores sobre esta homenagem ao padre Zezinho:
Lucimare Nascimento – “Pe. Zezinho representa para mim um mestre em música católica. Acredito que só conseguimos caminhar quando temos referência, assim como grandes profetas foram inspirados por outros profetas. Padre Zezinho veio a incentivar esta nova geração que está comprometida com a Palavra e com o reino de Deus. Uma geração que não quer divulgar apenas uma imagem, mas sim anunciar o Reino de Deus e fazer a palavra de Deus acontecer. Então, pra mim, segui-lo é exatamente ter um norte para direcionar o meu ministério a um caminho mais seguro. Eu o considero um grande compositor, um grande pregador, enfim... Ele é o cara!”.
Bruno Camurati – “Cantar as músicas do padre Zezinho nesta homenagem significou muito para mim. Eu, que sou compositor também, acredito muito nesta verdade e na simplicidade que as músicas dele trazem, e eu tento seguir esses passos. Acredito que quanto mais simples, mais verdadeiro, mais sincera é nossa música, mais ela chegará às pessoas, porque ela estará falando das coisas mais simples do coração, sem tentar inventar, sem tentar criar nada de diferente, simplesmente falar o que a gente vive nas músicas. Pe Zezinho é um excelente exemplo, eu espero deixar as minhas canções tão simples quanto foram os trabalhos dele que é exemplo para muitas gerações. Estou muito feliz!”
Olivia Ferreira – “Padre Zezinho tem grande influência na minha vida, na minha caminhada, cresci ouvindo as canções dele, e como disse a ele hoje, nós ainda estamos crescendo e aprendendo com suas músicas. Porque ele sempre vem nos trazer algo novo, grandes coisas da parte de Deus.”
Cleiton Saraiva – “Hoje eu vivi uma das maiores emoções da minha vida, poder cantar para o Padre Zezinho, e com ele. É algo que eu sempre sonhei, por que sempre cantei as músicas litúrgicas dele na Santa Missa. Meus pais cantavam, meus avós cantavam e nossa geração jovem ainda canta as músicas de Padre Zézinho, porque são canções que mexem com nossas emoções. É uma alegria enorme, Deus me presenteou neste momento da minha missão. As letras dele são vivas, letras inspiradas na palavra de Deus que não passam. Agradeço as pessoas que vieram prestigiar este evento, e reforço meu sentimento de alegria e gratidão a Deus por este momento. Com certeza hoje dobrarei meus joelhos e agradecerei a Deus por este lindo presente!”
Marcio Cruz – “Falar sobre Padre Zézinho é uma grande responsabilidade, embora ele não goste de ser chamado de um grande ícone, uma grande referência, ele é alguém que nos ensina com cada palavra a conduzir de forma mais coerente a vida e a própria fé testemunhada. Acredito que, além de ele ter um conteúdo gigantesco, ele é alguém que entendeu qual é o lugar do evangelizador dentro da Igreja. Nós vemos muitas pessoas evangelizando, mas são na verdade protagonistas - e, na realidade, o grande protagonista, Aquele que deve estar em evidência, deve ser o próprio Cristo! Analisando a historia da carreira, da missão do Padre Zezinho, vemos que ela não se perde, é continua, os anos se passam e suas obras permanecem, por que ele tem um raciocínio, tem uma visão de evangelização muito além do que as outras pessoas hoje têm do que é a missão do cantor católico.”
Simone Vioto – “É uma honra estar aqui prestando esta homenagem ao padre Zezinho, que é um sacerdote que sempre esteve presente na vida dos católicos e, principalmente, na vida do músico católico. Ele, sendo o pioneiro, foi desbravando o meio musical. A partir dele a música católica tomou um outro rumo, uma outra vertente, uma outra direção. Tenho o Padre Zezinho como uma fonte, onde busco inspiração, principalmente pela versatilidade. Como ele mesmo disse, ele compõe para idosos, adultos e crianças. Uma das primeiras obras cristãs católicas para crianças foi de autoria do Padre Zezinho. Este lado dele de não se distanciar do foco do músico católico é Deus é algo que nos inspira e nos anima.”


Texto: Herbert Codonho

28 setembro 2011

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, é o novo Arcebispo de Florianópolis

Dom Wilson önck, scj assume a Arquidiocese de Florianópolis SC, que estava vacante desde 25 de março deste ano. Será o quinto Arcebispo, sucedendo Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj, Arcebispo de São Salvador na Bahia e Primaz do Brasil.

Nascido em Vidal Ramos, SC, no dia 10 de julho de 1951, fez sua Profissão Religiosa na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos) em 02 de fevereiro de 1972. Em 17 de dezembro de 1977 foi ordenado Presbítero.

Em 11 de junho de 2003 foi nomeado Bispo Titular de Gemellae in Byzacena e Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Recebeu a Sagração Episcopal no dia 16 de agosto do mesmo ano. No dia 26 de maio de 2010 foi nomeado quinto Bispo da diocese de Tubarão, SC, recebendo, em 18 de julho, das mãos do então Arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, o báculo como símbolo do serviço confiado ao pastor segundo o modelo de Jesus Cristo que conhece e guia seu povo.

Seu lema episcopal é: “Maximus amor pro amicis mori” - "Amar é dar a vida”. O novo Arcebispo será empossado no dia 15 de novembro de 2011, no ginásio de esportes do Colégio Catarinense, Florianópolis, em cerimônia que terá início às 9h30.

25 setembro 2011

A Igreja precisa mudar? O papa responde...

Há décadas, vemos uma diminuição da prática religiosa e percebemos o afastamento de grande número de batizados da vida da Igreja, disse o Papa Bento XVI no encontro com os católicos comprometidos na Igreja e na sociedade, em Friburgo, neste domingo, 25, último dia de sua viagem à Alemanha.

Diante dessa situação, surge a pergunta: Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?

O Santo Padre recordou um pequeno episódio que traz dois ensinamentos. "Uma vez alguém pediu a beata Madre Teresa para dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!".

Em primeiro lugar, essa resposta diz que "a Igreja não são apenas os outros ou a hierarquia..., mas somos todos nós, os batizados". Por outro lado, a religiosa parte do pressuposto de que há uma necessidade de mudança, por isso "cada cristão e a comunidade dos crentes são chamados a uma contínua conversão".

Mas como acontecerá essa mudança? reflete o Papa. Para ele, o motivo fundamental da mudança é a "missão apostólica" dos discípulos e da própria Igreja, que "deve verificar incessantemente a sua fidelidade a esta missão".

Desmundanizar a Igreja

Bento XVI disse que, devido às pretensões e condicionamentos do mundo, o testemunho cristão muitas vezes fica ofuscado e a mensagem do Evangelho acaba relativizada. E explicou que "para cumprir a sua missão, ela [a Igreja] deverá continuamente manter a distância do seu ambiente, deve por assim dizer 'desmundanizar-se'".

A Igreja, afirma o Papa, encontra o seu sentido exclusivamente no compromisso de "ser instrumento da redenção, de permear o mundo com a palavra de Deus e de transformá-lo introduzindo-o na união de amor com Deus".

Entretanto, ao longo do desenvolvimento da Igreja, muitas vezes manifestou-se uma tendência contrária a isso: a de uma Igreja que se acomoda neste mundo, torna-se autossuficiente e se adapta aos critérios do mundo. "Deste modo, dá uma importância maior, não ao seu chamamento à abertura, mas à organização e à institucionalização", apontou.

"Para corresponder à sua verdadeira tarefa, a Igreja deve esforçar-se sem cessar por destacar-se da mundanidade do mundo. Assim fazendo, ela segue as palavras de Jesus: 'Eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo' (Jo 17, 16)", destacou Bento XVI.

Segundo ele, a história, em certo sentido, vem em auxílio da Igreja com as diversas épocas de secularização, que contribuíram de modo essencial para sua purificação e reforma interior. "As secularizações... sempre significaram uma profunda libertação da Igreja de formas de mundanidade: despojava-se, por assim dizer, da sua riqueza terrena e voltava a abraçar plenamente a sua pobreza terrena".

Os exemplos históricos mostram que o testemunho missionário de uma Igreja "desmundanizada" refulge de modo mais claro. "Liberta do seu fardo material e político, a Igreja pode dedicar-se melhor e de modo verdadeiramente cristão ao mundo inteiro, pode estar verdadeiramente aberta ao mundo. Pode de novo viver, com mais agilidade, a sua vocação ao ministério da adoração de Deus e ao serviço do próximo", afirmou o Papa.

Escândado da cruz

Bento XVI afirmou que, a fé cristã constitui, ainda hoje, um escândalo para o homem. "[Crer] que o Deus eterno se preocupe conosco, seres humanos, e nos conheça; que o Inatingível, num determinado momento, se tenha colocado ao nosso alcance; que o Imortal tenha sofrido e morrido na cruz; que nos sejam prometidas a nós, seres mortais, a ressurreição e a vida eterna – crer em tudo isto é para nós, homens, uma verdadeira presunção".

Este escândalo - destacou o Santo Padre -, que não pode ser abolido se não se quer abolir o cristianismo, "foi infelizmente encoberto por outros tristes escândalos dos anunciadores da fé". "Cria-se uma situação perigosa, quando estes escândalos ocupam o lugar do 'skandalon' primordial da Cruz tornando-o assim inacessível, isto é, quando escondem a verdadeira exigência cristã por trás da incongruência dos seus mensageiros".

Força da fé cristã

Há mais uma razão para pensar que seja novamente a hora de tirar corajosamente o que há de mundano na Igreja, ressaltou o Papa. "Isto não significa retirar-se do mundo. Uma Igreja aliviada dos elementos mundanos é capaz de comunicar aos homens, precisamente no âmbito sóciocaritativo – tanto aos que sofrem como àqueles que os ajudam –, a força vital particular da fé cristã".

"Certamente também as obras caritativas da Igreja devem continuamente prestar atenção à necessidade duma adequada separação do mundo, para evitar que, devido a um progressivo afastamento da Igreja, se sequem as suas raízes. Só a relação profunda com Deus torna possível uma atenção plena ao homem, tal como sem a atenção ao próximo se empobrece a relação com Deus", pontualizou.

Para a Igreja "desmundanizada", ser aberta às vicissitudes do mundo significa testemunhar segundo o Evangelho, com palavras e obras, aqui e agora a soberania do amor de Deus. "Esta tarefa remete ainda para além do mundo presente: de fato, a vida presente inclui a ligação com a vida eterna. Como indivíduos e como comunidade da Igreja, vivemos a simplicidade dum grande amor que, no mundo, é simultaneamente a coisa mais fácil e a mais difícil, porque requer nada mais nada menos que o doar-se a si mesmo", concluiu.

Após o encontro, o Santo Padre se dirigiu ao Aeroporto de Lahr, onde participará da cerimônia de despedida, antes de retornar a Roma.

23 setembro 2011

Perguntas e respostas sobre a crise de alimentos na África

Qual é a atual situação no leste da África?

Há uma terrível seca em um vasto território que inclui a região sul da Somália e partes do Quênia, da Etiópia e de Djibuti. Fontes de água estão secando e as populações estão perdendo suas colheitas e gado. Consequentemente, os povos urbanos também sofrem as conseqüências com o aumento no preço dos alimentos. Àqueles que tiveram sua renda reduzida ao máximo, já estão, muitas vezes, recorrendo a mendicância e à prostituição. Outros países afetados são: Eritréia, Sudão, Sul do Sudão e Uganda. Pelo menos 12,4 milhões de pessoas são atingidas e as mais vulneráveis são aquelas que dependem da criação de gado. Mais de meio milhão de crianças estão perigosamente desnutridas e se nada for feito rapidamente, é possível que isto traga efeitos a curto e a longo prazo, uma vez que a desnutrição afeta o desenvolvimento físico e metal das crianças.

Por que a África Oriental está enfrentando esta grande escassez de alimentos?

De acordo com a ciência do clima, os padrões das chuvas na região mudaram devido ao aquecimento global e existe uma escassez das chuvas sazonais. Colheitas foram perdidas, há menos trabalho e os animais estão morrendo. Em conseqüência desta situação, houve um aumento significativo no preço dos alimentos (de até 200% na Somália e 20% no Quênia nos últimos quatro meses). Famílias pobres, correspondente a um terço de toda Somália, não podem mais comprar comida suficiente para suas casas. O conflito nesta região é a falta de infra-estrutura e de um governo que funcione com eficácia para garantir a segurança alimentar do país.

O que pode ser feito para evitar outras crises alimentares nessa região no futuro?

Financeiramente é necessário desenvolver ações de emergência a curto e a longo prazo. Somente para este ano, são necessários um milhão de dólares. Até agora se tem apenas a metade deste valor garantido. Também é preciso um investimento considerável em soluções simples, de baixo custo e de baixo nível tecnológico para melhorar a retenção das chuvas e das águas subterrâneas, reabastecer os aquíferos subterrâneos, melhorar a fertilidade do solo, conservar as pastagens e aumentar o uso de sementes resistentes a seca com o uso de adubos e fertilizantes naturais.
É necessário trabalhar com a irrigação e criar um estoque de suprimentos de emergência. Uma solução poderia ser a segurança dos pequenos agricultores, a fim de protegê-los contra estes riscos na garantia de não faltar alimentos em situações como esta. Uma alternativa relativamente barata. Além disso, é preciso de mais investimentos em pesquisas sobre o clima e a agricultura.
Permitir o acesso à população afetada da Somália seria fundamental para que as pessoas possam se beneficiar das iniciativas de socorro. É importante promover a paz nesta região para possibilitar o investimento na produção agrícola a médio e longo prazo.



Doações

As doações, em qualquer valor, podem ser feitas nas seguintes contas:

Banco do Brasil: AG. 3475-4, C/C 26.116-5

Caixa Econômica Federal: AG. 1041, OP. 003, C/C 1751-6

Banco Bradesco: AG. 0606-8, C/C 187587-6

para DOC e TED o CNPJ é: 33.654.419/0001-16

22 setembro 2011

Nota da CNBB: Vencer a corrupção com mobilização social

O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília de 20 a 22 de setembro de 2011, manifesta sua solidariedade e apoio às últimas manifestações populares contra a corrupção e a impunidade, que corroem as instituições do Estado brasileiro.
A crescente interpelação da sociedade para melhor qualificar, social e eticamente, os seus representantes e outros poderes constituídos, se expressou como nova forma significativa do exercício da cidadania. Reveladora dessa consciência cidadã foi, além das atuais marchas contra corrupção, a mobilização durante a Semana da Pátria, que recolheu mais de 150 mil petições via internet em favor da campanha “Vamos salvar a Ficha Limpa”, fruto de ação popular que, neste mês completa um ano. Atentos para que estas mobilizações se resguardem de qualquer moralismo estéril, incentivamos sua prática constante, com objetivos democráticos, a fim de que, fortificadas, exijam do Congresso Nacional uma autêntica Reforma Política, que assegure a institucionalidade do País.

O Estado brasileiro deve fazer uso dos instrumentos legais para identificar, coibir e punir os responsáveis por atos de corrupção. Sem comprometimento ético, no entanto, será impossível banir de nosso meio a longa e dolorosa tradição de apropriação do Estado, por parte de alguns, para enriquecimento de pessoas e empresas. Neste sentido, insistimos nas propostas apresentadas, em nota conjunta da CNBB com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no dia da Pátria: “Para tornar vívido o sentimento de independência em cada brasileiro, devem os poderes eleger PRIORIDADES que reflitam a vontade da população, destacando-se: no Executivo, a necessidade de maior transparência nas despesas, a efetiva aplicação da lei que versa sobre esse tema, bem como a aplicação da “Lei da Ficha Limpa” aos candidatos a cargos comissionados, que também deveriam ser reduzidos.

No Legislativo, a extinção das emendas individuais ao Orçamento, a redução do número de cargos em comissão, o fim do voto secreto em todas as matérias e uma reforma política profunda, extirpando velhas práticas danosas ao aperfeiçoamento democrático. No âmbito do Judiciário e do Ministério Público, agilidade nos julgamentos de processos e nos inquéritos relativos a crimes de corrupção e improbidade por constituírem sólida barreira à impunidade, bem como o imediato julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade sobre a Lei Complementar n. 135/2010 (Ficha Limpa)”. Que o Espírito Santo ilumine todos os que, no exercício de sua cidadania, trabalham pela construção de um Brasil novo, justo, solidário e democrático.

Brasília-DF, 22 de setembro de 2011

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom Sergio Arthur Braschi
Bispo de Ponta Grossa
Vice-Presidente da CNBB Ad hoc

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

21 setembro 2011

CF 2012: Fraternidade e saúde pública - "Que a saúde se difunda sobre a terra" (Eclo 38,8)


A CF de 2012 tem como tema: "Fraternidade e saúde pública", e lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra!" (Cf. Eclo, 38,8).

O objetivo geral da Campanha da Fraternidade 2012 é promover ampla discussão sobre a realidade da saúde no Brasil e das políticas públicas da área, para contribuir na qualificação, no fortalecimento e na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), em vista da melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população.

ORAÇÃO DA CF 2012

Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos pelo dom da vida
pelo amor com que cuidais de toda a criação.

Vosso filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja para que ela,
pela conversão se faça sempre mais
solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.

Amém.


18 setembro 2011

Padre Zezinho scj novamente indicado ao Grammy

O maior prêmio da música mundial, o Grammy, na sua versão latina, indicou na categoria "Melhor Álbum de Música Cristã" o CD "Quando Deus Se Calou", do padre Zezinho scj.

Em 2010, pelo álbum "No País dos Meus Sonhos", pe Zezinho já havia sido indicado.

Os ganhadores da 12ª edição do Grammy Latino serão conhecidos em 10 de novembro durante cerimônia de entrega em Las Vegas.

07 setembro 2011

Marcha contra a corrupção

O BRASIL EM MOVIMENTO CONTRA A CORRUPÇÃO

A corrupção, que em nosso País se alastra como uma pandemia e ameaça a credibilidade das instituições e do próprio sistema democrático, impõe à sociedade civil organizada uma reação que não pode se esgotar em discursos ou manifestações.   

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) trazem seu apoio à MARCHA CONTRA A CORRUPÇÃO para cobrar modificações reais, concretas, nas esferas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário capazes de eliminar toda e qualquer forma de prática nociva ao interesse público, de romper vícios perniciosos em nosso sistema eleitoral e de assegurar que a máquina governamental funcione com transparência.

Para tornar vívido o sentimento de independência em cada brasileiro, devem os poderes eleger PRIORIDADES que reflitam a vontade da população, destacando-se, no Executivo, a necessidade de maior transparência nas despesas, a efetiva aplicação da lei que versa sobre esse tema, bem como a aplicação da “Lei da Ficha Limpa” aos candidatos a cargos comissionados, que também deveriam ser reduzidos. No Legislativo, a extinção das emendas individuais ao Orçamento, a redução do número de cargos em comissão, o fim do voto secreto em todas as matérias e uma reforma política profunda, extirpando velhas práticas danosas ao aperfeiçoamento democrático. No âmbito do Judiciário e do Ministério Público, agilidade nos julgamentos de processos e nos inquéritos relativos a crimes de corrupção e improbidade por constituírem sólida barreira à impunidade, bem como o imediato julgamento da ADC sobre a Lei Complementar n. 135/2010 (Ficha Limpa). 

Acima de ideologias e de partidos, o enfrentamento da corrupção no Brasil exige coragem, determinação e comprometimento ético, sem os quais não construiremos uma verdadeira democracia.

Brasília, 7 de Setembro de 2011
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA

03 setembro 2011

SOS Africa

A Igreja Católica no Brasil realiza neste domingo, 4, uma coleta em prol dos países da África que estão passando fome. A situação no chamado "Chifre da África” (Somália, Uganda, Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritréia) é urgente, pois já não chove na região há dois anos, e também pela tensão política entre a Etiópia e Eritréia, que dificulta a ação humanitária em seus territórios. Segundo a CNBB, o povo brasileiro tem uma ligação muito próxima com os povos africanos, por conta da colonização e dos laços históricos. “Temos uma grande dívida histórica com o Continente Africano, com o qual mais da metade da população brasileira se sente ligada por laços de identidade racial”, afirma a nota divulgada na ocasião do lançamento da campanha.

 A iniciativa faz parte da campanha SOS África, lançada pela CNBB e Cáritas Brasileira. O dinheiro arrecadado na coleta será enviado imediatamente para a Cáritas Internacional, para socorrer "tantas pessoas que estão confiando em nossa solidariedade”, explica a nota.

Doações

As doações, em qualquer valor, podem ser feitas nas seguintes contas:
 Banco do Brasil: AG. 3475-4, C/C 26.116-5
Caixa Econômica Federal: AG. 1041, OP. 003, C/C 1751-6
Banco Bradesco: AG. 0606-8, C/C 187587-6
para DOC e TED o CNPJ é: 33.654.419/0001-16

01 setembro 2011

Mês da Bíblia

“Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”, com essa frase, de São Jerônimo, a Igreja celebra, nesse mês de setembro, o Mês da Bíblia. Neste ano, o estudo proposto pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), será o Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”. O Mês da Bíblia tem como tema “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”, e o lema “Aproximai-vos do Senhor”.

31 agosto 2011

Padre Humberto Penso scj


P. Humberto é natural de Capinzal/SC e nasceu no dia 29 de julho de 1928. É filho de Pedro Penso e Maria Dodoni Penso, descendentes de imigrantes italianos que colonizaram o Rio Grande do Sul e o oeste catarinense.

Iniciou a sua formação de uma forma curiosa: seu irmão mais velho seguindo a tradição familiar seria enviado ao seminário, porém, no último instante, desistiu. O menino Humberto, então com 9 anos de idade, pediu para ir em seu lugar, e foi assim que ingressou no Seminário de Corupá. Só retornou a casa dos pais dois anos depois, apesar da saudade imensa que sentiu da sua família, segundo relato dele.

P. Humberto fez o Postulantado e o Noviciado na cidade de Castro/PR, a Filosofia em Brusque/SC e a Teologia em Taubaté/SP. No dia 28 de junho de 1953 foi ordenado sacerdote.

Seu primeiro trabalho foi como professor no Colégio Dehon, em Tubarão/SC.
No ano de 1954 trabalhou em Joinville, auxiliando o P. Augusto Weicherding, que havia ficado afônico. Apesar do curto período (3 meses) fundou um time de futebol infantil.
Depois lecionou no Seminário de Corupá/SC e em Lavras/MG.
No período seguinte, P. Humberto trabalhou como vigário em Formiga /MG, depois em Brusque/SC e em seguida em Rio Negrinho/SC.

Foi trabalhar em Pindaré-Mirim, no Maranhão em fins de1968, como vigário e Superior das Missões. Integrou a primeira turma de missionários naquelas terras. Trabalhou no Maranhão por quase 15 anos e lá contraiu malária em 5 ocasiões e, em conseqüência do tratamento a base de quinino, passou a ter dificuldades auditivas.

De volta ao Sul, em 1981, foi vigário paroquial em Cianorte. No ano seguinte foi nomeado pároco de São Sebastião, em Parada de Lucas, Rio de Janeiro. Em 1987 assumiu a paróquia Nossa Senhora Aparecida em Oxford, São Bento do Sul, onde permaneceu até 1992.
Depois trabalhou em Terra Boa, PR, local onde completou 50 anos de sacerdócio em junho de 2003.

Trabalhando em Joinville/SC desde março de 2004, P. Humberto nos cativou, atraindo a todos com seu bom humor e com as histórias que sabe contar como ninguém. Mas cativou principalmente as crianças. Brincava com os pequenos, desenhava figuras de animais em seus braços, dava-lhes pirulitos e realizava a comunhão espiritual nas missas em que era presidente.
Mas não somente as crianças P. Humberto tratava com carinho e cuidado, também os doentes que visita nas casas, nos hospitais, sempre sereno e atencioso.
Carinhosamente chamado de “Tigrão” por seus amigos, ele muitas vezes estendeu o apelido às crianças, chamando-as de “tigrinho”. Já para as mulheres da comunidade paroquial, reserva a doce expressão “mãezinha”.

Suas limitações físicas nunca o impediram de participar da nossa vida celebrativa, da pastoral, das formações e dos momentos de confraternização.

Desde que chegou a nossa paróquia, ele nos deu um testemunho diário de que a entrega da própria vida por amor a Deus e ao próximo é a melhor forma de louvar e amar o Senhor da Vida.

Faleceu no dia 31 de agosto de 2001, aos 83 anos, em Joinville SC. O sepultamento acontece em Corupá na manhã do dia 01 de setembro.

28 julho 2011

"Bote Fé": 18 de setembro, em São Paulo


Reserve na sua agenda o dia 18 de setembro de 2011. Nesta data acontecerá um grande evento católico que mobilizará toda a cidade de São Paulo: “Bote Fé”.

Este grande evento promovido na Arquidiocese de São Paulo faz parte das várias iniciativas de uma campanha promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para Juventude da CNBB (CEPJ), em parceria com dioceses, pastorais, movimentos eclesiais, novas comunidades e gravadoras católicas. O principal objetivo desta campanha é chamar a atenção dos brasileiros para a importância da evangelização da juventude.

Todas as paróquias da Arquidiocese de São Paulo e das dioceses vizinhas a manifestarem que “botam fé” na juventude brasileira, durante o evento que acontecerá no dia 18 de setembro, das 9h às 21h, no Campo de Marte, com grande programação de shows musicais de diversos artistas católicos, padres cantores, momentos de evangelização e oração e a Santa Missa que será presidida pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, concelebrada por diversos bispos diocesanos e padres de todo o Brasil, às 16h.

Para presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, Dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo auxiliar de Campo Grande (MS), esta campanha tem o objetivo de ressaltar a preocupação da Igreja no Brasil com a evangelização da juventude.

De acordo com o bispo, a prova deste empenho são as inúmeras conquistas recentes do Setor Juventude da CNBB, desde a publicação do Documento 85, sobre Evangelização da Juventude, em 2007, até a própria aprovação da criação da Comissão para a Juventude, na última assembléia geral da CNBB, em maio. Outra conquista foi a escolha do tema “Fraternidade e juventude” para Campanha da Fraternidade de 2013.

O assessor nacional da CEPJ, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, ressaltou que este momento privilegiado pelo qual passa a evangelização da juventude no país é confirmado pelo recorde de participação brasileira na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Madri, entre os dias 16 e 21 de agosto. O número de brasileiros inscritos já supera os 16 mil.

Para o padre Sávio, a campanha “Bote Fé”, também tem o objetivo da dar continuidade à graça que a juventude brasileira viverá na JMJ, quando todos os jovens serão enviados pelo papa Bento 16 para anunciarem a boa nova em seus países.

De acordo com dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e referencial do Setor Juventude da Arquidiocese, o “Bote Fé” “é uma convocação para os jovens, de modo especial, ‘botarem fé em Cristo’, acreditarem nele, se firmarem em Cristo, como base de sua fé. Mas também é uma convocação para toda Igreja a uma atividade missionária para animar as comunidades, melhorar a autoestima, acreditar realmente que Cristo ressuscitou, que Cristo é a vida”, explicou.


Músicos católicos aderem ao “Bote Fé”


Dentro das iniciativas desse projeto, também está um encontro realizado em 21/6, na sede da gravadora Paulinas-Comep, em São Paulo, com mais de 80 músicos católicos de expressão nacional, que manifestaram que “botam fé” na juventude do Brasil. Nomes e vozes católicas conhecidas se uniram num só coro para cantar “Bote Fé”. Muitos desses artistas participarão do evento de 18/9 em São Paulo.

O encontro histórico foi um momento de partilha entre os artistas e missionários da música, mas também uma oportunidade de formação, que além das presenças de dom Eduardo e padre Sávio, também contou com a presença do padre José Carlos Sala, assessor de música litúrgica, da Comissão Episcopal de Liturgia da CNBB, e os cantores e compositores padre Zezinho e padre Joãozinho.

O padre Joãozinho foi convidado pela CEPJ para a missão de promover a unidade entre as diferentes expressões da música católica neste projeto de evangelização da juventude. Para ele, este encontro foi um verdadeiro “milagre de comunhão”.

Para o padre Zezinho, considerado o precursor da chamada música católica de mensagem no Brasil, o encontro foi a concretização de um grande sonho. “Seria lindo se tivéssemos todos os anos um encontro como este entre os cantores da fé. Para fazermos o que experimentamos aqui. Um passa para outro suas preocupações. Um criticando o outro e elogiando o outro”.
Padre Zezinho ressaltou a importância dos músicos católicos na missão da Igreja, uma vez que eles podem chegar, por meio de suas canções, aonde os pregadores e catequistas muitas vezes não chegam.

Portanto, não se esqueça! Dia 18/9, em São Paulo: “Bote Fé.”

19 julho 2011

BSP - curso de Doutrina Social da Igreja na Faculdade Dehoniana




Aconteceu de 04 a 16 de julho a primeira etapa da Pós-graduação Lato Sensu em Doutrina Social da Igreja, na Faculdade Dehoniana, em Taubaté(BSP). Participaram 33 alunos, provenientes de seis estados brasileiros (Pará, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, São Paulo) e um participante deMoçambique (África). Entre eles há assistentes sociais, advogados, educadores, historiadores, psicólogos, coordenadores de pastoral, além de seminaristas diáconos e presbíteros, com atuação social em suas dioceses. Nesta etapa foram abordadas as disciplinas: Fundamentação Bíblica eHistórica (Prof. Walter Lisboa e Profª Maria Angélica Franco Moreira);Princípios da DSI (Profª Rosana Manzini); Estudo Sistemático dos documentos Sociais I (Prof. Dr. Antonio Aparecido Alves) e Metodologia Científica (Prof. Dr. Pe. Marcial Maçaneiro e Prof. Pe. Daniel A. de Campos).
Foram marcantes a convivência e interação do grupo. Estes são aspectos importantes da pedagogia da cordialidade, cultivada como valor central da Missão Institucional da Faculdade Dehoniana. Isto apareceu fortemente nas atividades acadêmicas, nos momentos celebrativos e nas relações interpessoais. Nesta primeira etapa já despontaram algumas áreas de interesse que poderão configurar futuros Grupos de Estudo. Esta pós-graduação é iniciativa da Faculdade Dehoniana, coordenada pelo CELDE (Centro de Estudos Léon Dehon), em resposta a uma ênfase do último Capítulo Geral SCJ. A Faculdade agradece aos professores, cursistas e equipe técnica, e em especial aoGoverno Geral SCJ pelo apoio oferecido. Neste sentido destacamos a visita dePe. Claudio Weber, conselheiro geral.

Profª MS Rosana Manzini
Coordenadora da Pós-graduação em DSI
Diretora do CELDE – CENTRO DE ESTUDOS LÉON DEHON

09 julho 2011

Sudão do Sul: surge um "novo país"

O Sudão do Sul ergueu sua própria bandeira pela primeira vez neste sábado, diante de uma multidão de cidadãos e autoridades internacionais que se reuniram na nova capital do país, Juba, para celebrar o nascimento do mais novo país do mundo. O Sudão do Sul se tornou oficialmente independente do restante do Sudão à meia noite deste sábado, pelo horário local, final da tarde de ontem em Brasília.
Durante uma cerimônia ao meio-dia local deste sábado, o líder do Parlamento leu a proclamação de independência enquanto a bandeira do Sudão era baixada e a bandeira do Sudão do Sul era hasteada, em meio à forte aclamação da multidão presente. "Aleluia", gritou um residente, enquanto outros estavam em lágrimas.
O secretário das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o ex-secretário de Estado norte-americano Colin Powell, e dezenas de outros líderes mundiais estavam presentes à cerimônia, sob sol forte, recepcionados pelo presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, personagem impopular em Juba, foi recebido com exclamações da multidão, surpresa com sua presença.
Milhares de residentes do Sudão do Sul aglomeraram-se na área próxima à celebração, deixando seus organizadores surpresos, inclusive pela falta de lugares aos chefes de Estado e outros vips. O calor intenso levou muitos pessoas a serem atendidas pela Cruz Vermelha. "Estamos estupefatos. Não sabíamos que o mundo todo se uniria a nós para celebrar", disse o mestre de cerimônias.
As tribos negras africanas do sul do Sudão e a maioria árabe do norte enfrentaram-se em duas guerras civis durante mais de cinco décadas. Na mais recente delas, entre 1983 e 2005, cerca de 2 milhões de pessoas morreram. Um acordo de paz foi estabelecido em 2005, levando à declaração de independência neste sábado.

29 junho 2011

#BoteFé : músicos católicos se unem pela evangelização da juventude


Nos últimos dias, a expressão “Bote Fé” tem gerado curiosidade nas redes sociais. No Twitter, por exemplo, muitos músicos católicos postaram frases usando a tag “#BoteFé”. Afinal de contas, qual é o significado do uso dessas palavras?

Trata-se de uma grande campanha promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para Juventude da CNBB, em parceria com dioceses, pastorais, movimentos eclesiais, novas comunidades e gravadoras católicas. O principal objetivo desta campanha é chamar a atenção dos brasileiros para a importância da evangelização da juventude.

Dentro das iniciativas desse projeto está um encontro realizado no dia 21, na sede da gravadora Paulinas-Comep, em São Paulo, com mais de 80 músicos católicos de expressão nacional, que manifestaram que "botam fé" na juventude do Brasil. Nomes e vozes católicas conhecidas se uniram num só coro para cantar "Bote Fé".

Formação

O encontro histórico foi um momento de partilha entre os artistas e missionários da música, mas também uma oportunidade de formação. Dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, apresentou aos músicos como é organizado o trabalho da Igreja junto aos jovens no Brasil.

Dom Eduardo também recordou as várias conquistas do Setor Juventude da CNBB, desde a publicação do Documento 85, sobre Evangelização da Juventude, em 2007, até a própria aprovação da criação da Comissão para a Juventude, na última assembléia geral da CNBB, em maio. Outra conquista foi a escolha do tema “Fraternidade e juventude” para Campanha da Fraternidade de 2013.

Especificamente aos músicos, o bispo destacou a preocupação da CNBB para que os cantores e compositores trabalharem em suas músicas temas que favoreçam o encontro entre os jovens, bem como a necessidade de expressar em suas canções as diferentes obras sociais que os próprios jovens realizam na Igreja. “A Igreja Católica faz muitas coisas bonitas para a sociedade e para cultura e às vezes não comunicamos isto”, afirmou.

O assessor nacional da Juventude, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, também ressaltou que este momento privilegiado pelo qual passa a evangelização da juventude no país é confirmado pelo recorde de participação brasileira na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Madri, entre os dias 16 e 21 de agosto. O número de brasileiros inscritos já passou de 12 mil. Só de bispos mais de 60 confirmaram a participação no maior evento católico do mundo.

Para o padre Sávio, a campanha “Bote Fé”, também tem o objetivo da dar continuidade à graça que a juventude brasileira viverá na JMJ, quando todos os jovens serão enviados pelo Papa Bento XVI para anunciarem a boa nova em seus países.

O momento formativo também contou com a presença do padre José Carlos Sala, assessor de música litúrgica, da Comissão Episcopal de Liturgia da CNBB, que também participa desse projeto. Ele lembrou que o Papa Bento XVI recentemente recordou seu predecessor Paulo VI, ao definir os artistas como “anunciadores e testemunhas da esperança para humanidade e guardiões da beleza”. “A liturgia é o espaço privilegiado de beleza e quanta beleza é comunicada através da música litúrgica”, ressaltou o padre, que agradeceu, em nome da CNBB, ao trabalho dos músicos e os motivou a produzirem sempre mais músicas que privilegiem o rito e os textos bíblicos com uma sólida fundamentação teológica. “Nunca devemos descuidar da formação. O artista que pensa que está pronto já morreu”, salientou.

O padre Joãozinho scj, cantor e compositor famoso, foi convidado pela Comissão para a Juventude para a missão de promover a unidade entre as diferentes expressões da música católica neste projeto de evangelização da juventude.

Para ele, este encontro foi um verdadeiro “milagre de comunhão”. Ele contou que a maneira mais fácil para reunir esses cantores foi pelas redes sociais, sobretudo o Twitter. “Na verdade, nós já estávamos conectados, mas não estávamos interconectados. Não estávamos todos organizados em comunhão de Igreja convocados pela CNBB.



Um sonho realizado

Certamente quem mais sonhou com a concretização de um momento como esse, no qual diferentes músicos católicos do país estivessem juntos para um momento de partilha, foi aquele que é considerado o precursor da chamada música católica de mensagem no Brasil, padre Zezinho scj.

“Seria lindo se tivéssemos todos os anos um encontro como este entre os cantores da fé. Para fazermos o que experimentamos aqui. Um passa para outro suas preocupações. Um criticando o outro e elogiando o outro”.

Padre Zezinho ressaltou a importância dos músicos católicos na missão da Igreja, uma vez que eles podem chegar, por meio de suas canções, aonde os pregadores e catequistas muitas vezes não chegam.

O músico com mais de 40 anos de carreira e ministério não deixou de dar o seu conselho de pai, ressaltando que os jovens músicos privilegiam aquilo que a Igreja tem de melhor que é o louvor. Porém, segundo padre Zezinho, “a Igreja também prega a doutrina, o sofrimento, a cruz, a solidariedade, a salvação do próximo, a transformação da sociedade”. “Isto não está nas canções”, chamou a atenção.

Para o cantor e compositor, missionário da Comunidade Canção Nova, Dunga, este encontro foi um momento único para a música católica. “A festa que estamos fazendo entre nós, esta fraternidade e esta emoção é muito especial. Sempre nos encontramos no aeroportos pelo Brasil a fora, mas nunca temos um tempo maior para nos relacionarmos. Aqui é a oportunidade de um mergulho na amizade na alegria.”

“Foi um presente de Deus para mim. Fiquei muito feliz de ver a música católica dando estes frutos maravilhosos. Acho que não foi um sonho só do padre Zezinho, mas de muitos de nós”, relatou a cantora Olívia Ferreira, que participa do projeto Louvor Acústico.

Para o cantor e compositor Walmir Alencar, do Ministério Adoração e Vida, o encontro foi um momento de muita emoção. “Quando eu ouvi o timbre de todos os cantores cantando juntos eu fiquei arrepiado. Eu cheguei a relatar ao padre Joãozinho que talvez esta seja a única vez que conseguimos tirar um timbre assim. A graça que Deus derramou sobre nós nesse dia foi única”.

O cantor mineiro Eros Biondini também se emocionou com o encontro. “Acredito que dentro da proposta de nova evangelização já apresentada pelo Papa João Paulo II , a música se encaixa como uma luva. A música católica que nós cantamos é a trilha sonora da nova geração, dessa história de salvação, de manifestação da fé de um povo que realmente abriu seu coração para Cristo”, disse.

28 junho 2011

Bento XVI lança portal news.va


Através de um simples clique e uma mensagem no twitter, Bento XVI deu início na noite (hora local) desta terça-feira, 28, a uma nova aventura extraordinária para os meios de comunicação do Vaticano.

A partir do Palácio Apostólico, o Pontífice lançou o novo portal noticioso do vaticano, www.news.va, e também acolheu a proposta de abençoar os usuários da rede através de uma mensagem no twitter.

A ideia foi do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Arcebispo Claudio Maria Celli. "Devo dizer que o Papa aceitou imediatamente e de bom grado [abençoar os usuários da rede e lançar o portal]. Além disso, ele estima muitíssimo a comunicação e, sobretudo, deseja que a Igreja esteja presente lá onde o homem vive e se encontra", disse Dom Celli à edição em italiano do jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano.

O foco das notícias serão as atividades e intervenções do Magistério do Santo Padre, as tomadas de posição dos Dicastérios da Santa Sé e os mais importantes acontecimentos ou situações ligados às várias igrejas particulares espalhadas mundo afora.

Nos primeiros meses, o portal estará disponível em apenas duas línguas: italiano e inglês. Após o término do verão europeu, haverá a primeira remodelação e abertura do site em ao menos uma outra língua, provavelmente espanhol. No entanto, também se deseja que haja disponibilidade em francês e português.

14 junho 2011

Doação de sangue: nova portaria aumenta o número de doadores


O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária de doadores de sangue, permitindo que jovens entre 16 e 17 anos - mediante autorização dos pais ou responsáveis - e idosos com até 67 anos, 11 meses e 29 dias possam doar sangue. Pela norma anterior, a doação era autorizada para pessoas com idade entre 18 e 65 anos de idade.
Com as mudanças, a expectativa do governo federal é ampliar o volume de sangue coletado no Brasil que, atualmente, chega a 3,5 milhões de bolsas por ano. Esta quantidade é considerada suficiente pelo Ministério da Saúde, que pretende atingir o padrão recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 3% da população. Segundo o ministério, 1,9% dos brasileiros são doadores. Em 2012, a meta do ministério é atingir a doação de 4 milhões de bolsas.
Com as medidas, a previsão do Ministério da Saúde é que aproximadamente 14 milhões de brasileiros sejam incentivados a serem doadores em potencial. De acordo com o ministério, a decisão de ampliar a faixa etária está relacionada também com a tendência de crescimento da expectativa de vida da população brasileira.


Saiba o que diz a nova portaria sobre doação de sangue

Faixa etária
Antes, apenas pessoas entre 18 e 65 anos podiam doar sangue. Agora, é possível doar entre 18 e 67 anos, 11 meses e 29 dias. Pessoas de 16 e 17 anos podem doar com consentimento dos responsáveis. No caso de pessoas abaixo de 16 anos e acima de 68 anos, o médico pode analisar em casos "tecnicamente justificáveis".

Peso
O peso mínimo para doação de sangue se mantém em 50 quilos. No entanto, agora é possível que pessoas abaixo do peso doem após avaliação médica.

Para doar sangue, a pessoa precisa ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos e estar com boa saúde. Para mulheres, não é possível doar durante a gravidez e até três meses depois do último parto ou aborto.
De acordo com a portaria, o doador não pode ter qualquer tipo de hepatite ou sífilis, não pode ser epilético e não pode ter contraído malária ou estado em região com a doença nos últimos seis meses.
Caso tenha tomado vacina contra rubéola, o interessado não poderá doar sangue durante duas semanas. O período é de um mês para pessoas que tenham recebido as vacinas contra o sarampo ou a BGC (contra a tuberculose).
Para fazer a coleta, o doador não pode ter tomado bebida alcoólica nas 24 horas anteriores e precisa ter dormido pelo menos seis horas. Usuários de drogas não podem doar sangue.
A portaria traz ainda restrições temporárias. Quem possui "piercing na cavidade oral e/ou na região genital, devido ao risco permanente de infecção" poderá candidatar-se a nova doação 12 meses após a retirada do pirecing
Quem tenha feito tatuagem ou maquiagem definitiva sem condições de avaliação quanto à segurança do procedimento realizado não pode dar sangue durante 12 meses.

Doação de sangue: ato de solidariedade


Dados do Ministério da Saúde indicam que 1,9% dos brasileiros doa sangue regularmente. A taxa está dentro do parâmetro de 1% a 3% definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas, de acordo com a pasta, ainda precisa melhorar.
Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos e comparecer a um Hemocentro com documento com foto e válido em todo território nacional. Nesta terça-feira, 14 é lembrado o Dia Mundial do Doador de Sangue.

O ministério orienta que o doador não esteja em jejum, tenha dormido pelo menos seis horas e não tenha ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação. É necessário também evitar o cigarro por pelo menos duas horas e o consumo de alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação.

Não podem doar sangue pessoas que tiveram diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade; mulheres grávidas ou amamentando; pessoas expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como aids, hepatite, sífilis e doença de chagas; usuários de drogas; e pessoas que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual sem uso de preservativos.

01 junho 2011

Carta do superior geral para a Festa do Coração de Jesus - 2011


Livres e solidários na gestão dos bens


Introdução
No seu cuidado e providência, Deus concede-nos os bens necessários para a vida e para a missão. Acolher com gratidão estes bens e utilizá-los conforme o projeto do seu doador é um elemento fundamental da nossa vida, que requer reflexão permanente, controlo a nível pessoal e comunitário, para poder viver o nosso voto de pobreza na alegria fraterna e na solidariedade com os mais carentes. Continuando a reflexão sobre o caminho do coração, da carta do ano passado, deixamo-nos guiar pelas orientações da Congregação sobre este tema, que encontramos especialmente na nossa Regra de Vida, nas Normas para a Administração dos Bens (NAB), nos documentos do último Capítulo Geral e da Conferência Geral de Recife sobre a Economia e o Reino de Deus, do ano 2000 .
A economia é uma dimensão fundamental na vida de toda a pessoa. Não podemos ignorá-la ou enfrentá-la superficialmente, como se se tratasse de uma realidade independente das nossas opções fundamentais, de crentes e de consagrados. A atividade econômica faz parte do projeto de Deus, que confiou a terra ao homem para a trabalhar e guardar (cf. Gn 2,15), tornando-se assim o continuador da sua obra criadora. Do esforço para ganhar o pão com o suor do seu rosto (cf. Gn 3,19), que encontra uma sua explicitação na atividade econômica corretamente ordenada, depende, em grande parte, a felicidade, a justiça e a paz das pessoas, assim como das famílias, das comunidades e de toda a sociedade. Por isso, na oração de Jesus, a primeira súplica concreta para a existência humana, apresentada ao Pai do céu, é que nos dê o nosso pão de cada dia (cf. Mt 6,11).
Também na nossa vida de consagrados, a relação com os bens joga um papel de primeiro plano. Quem se lança no seguimento de Cristo amadurece uma atitude de liberdade, que se torna a base de uma nova relação entre os membros da comunidade reunida em seu nome. Com Ele, aprendemos a viver como filhos de Deus, partilhando com os irmãos e irmãs os bens que recebemos do Pai do céu. O voto de pobreza não nos tira a alegria e o esforço de ganhar o pão para nós e para os nossos irmãos e de colaborar no bem de toda a humanidade com generosa solidariedade. Ele leva-nos a olhar e a usar os bens de modo novo, seguindo o convite de Jesus que, sendo rico, se fez pobre por nós, para nos enriquecer pela sua pobreza (2 Co 8,9).


1. Gratuitamente recebestes… Atentos ao clamor dos pobres

1.1 Participantes no drama e na esperança do nosso tempo

A economia divina é muito diferente da economia humana, que experimentamos na vida quotidiana, no mundo dos negócios e na gestão dos recursos do planeta. A percepção desta distinção permite-nos olhar com interesse e empenho a atividade econômica e, ao mesmo tempo, ter em relação a ela um olhar livre e crítico, guiado pelo projeto de criação de Deus e pelo espírito do Evangelho.
As crises periódicas e crescentes da economia mundial, de que experimentamos as dramáticas consequências, evidenciam o resultado catastrófico para milhões de pessoas, para as instituições e as nações, de uma atividade econômica separada da dimensão ética e solidária, como sublinhou o Papa Bento XVI nas suas recentes encíclicas . Sem referências éticas e transcendentes, o homem empreendedor torna-se facilmente presa da avareza, da ganância e do egoísmo que destroem as bases da vida em comum. Encontramo-nos, assim, diante do paradoxo de uma sociedade que é capaz de impressionantes realizações científicas e tecnológicas, mas que cria, ao mesmo tempo, multidões de miseráveis e excluídos. Além disso, compromete o seu futuro com uma desconsiderada exploração dos recursos do planeta. A atividade econômica, quando perde a referência à sua finalidade de servir o projeto integrado da criação e da humanização solidária, converte-se numa máquina enlouquecida, propulsionada apenas pela sua enorme força interna, sem outro objetivo que não seja alimentar a corrida desenfreada ao lucro, à exploração e ao domínio.
Comprometendo-nos a viver a opção da pobreza evangélica, somos particularmente chamados à solidariedade com aqueles que são excluídos dos bens que Deus criou para todos. Escutar o clamor e o grito dos pobres deve levar-nos a rever o nosso modo de vida e a participar no esforço de toda a sociedade humana para erradicar a pobreza. Somos solicitados a oferecer a todos condições dignas de vida e a garantir um equilibrado sentido de respeito para com a criação, que permita a vida às gerações futuras.
Estamos convencidos de que este objetivo não pode ser alcançado apenas por meio de manobras tecnológicas e econômicas, mas começa na mudança do coração, que gera novas relações entre as pessoas. Como membros desta sociedade, sentimos a necessidade de purificar as nossas atitudes por meio da liberdade do coração, do estilo de vida sóbrio, da partilha dos bens e da solidariedade com os mais pobres, colaborando para eliminar a injustiça e assumindo um modo de vida que possa ser profecia do Reino de Deus.


1.2 Fiéis às nossas raízes carismáticas

Seguindo os passos do nosso Fundador descobrimos que a sensibilidade às consequências sociais da econômica é uma dimensão estruturante da nossa vocação na Igreja. Atraído e modelado pelo Coração de Cristo, expressão do imenso amor de Deus pelo homem, o P. Dehon desenvolve uma profunda comunhão com o Senhor, que se une a uma forte sensibilidade pelo compromisso social. Nele, estes dois aspectos estão intrinsecamente ligados. Por isso teve de sofrer críticas e acusações de muitos, mesmo no interior da Congregação, que consideravam as suas atividades sociais uma traição à dimensão sobretudo mística e contemplativa, que tradicionalmente caracterizavam a espiritualidade do Coração de Jesus. Para o P. Dehon, "é preciso que o culto do Coração de Jesus comece na vida mística das almas para depois descer e penetrar na vida social dos povos" . O amor contemplado e vivido no Coração de Cristo torna-se naturalmente uma força que recria a pessoa, mas também o conjunto das suas relações, como energia de transformação social: "a caridade de Cristo deve expandir-se como nova energia capaz de renovar a sociedade" .
Esta profunda e fecunda ligação entre espiritualidade e empenho social é uma constante na vida e na missão do P. Dehon. Encontramo-la nas obras diretamente dirigidas aos mais carentes e às vítimas do sistema econômico explorador dos inícios da industrialização. Temos sinais concretos na sua participação ativa no movimento de transformação das mentalidades e das estruturas políticas e econômicas, que estão na base destes problemas. O colégio de S. João e o oratório para a formação dos jovens, as numerosas publicações periódicas e escritos sociais, a difusão das encíclicas sociais e a participação nos congressos e movimentos sociopolíticos do seu tempo testemunham claramente as consequências sociais e políticas que o Fundador extrai da profunda contemplação do amor do Coração de Cristo. Na lógica unitária do caminho do coração, não é possível separar o sagrado do profano, o espiritual do material. A nossa fé em Deus e a transformação realizada em nós pelo seu Espírito são chamadas a penetrar todos os aspectos da vida pessoal e social. A economia humana não pode ser mantida separada da economia de Deus.
É à luz desta permeação do amor, simbolizado no Coração de Cristo, que somos chamados a pensar as nossas relações com os bens, seja no âmbito interno das nossas comunidades seja na Congregação. As nossas necessidades, os projetos econômicos e a partilha dos bens devem ter bem presente a situação do mundo em que nos encontramos e orientar-se segundo o projeto de Deus. É preciso pô-los ao serviço da construção da fraternidade, da justiça e da dignidade que Ele quer para cada homem e mulher nesta terra.



2. Não acumuleis tesouros … Um coração de pobre
2.1 Abertos ao tesouro do amor do Pai

A vida econômica dos nossos dias, com as suas potencialidades e dificuldades, constitui um campo fundamental de confronto e discernimento para a nossa fé e o nosso empenho como pessoas e como comunidade. O próprio Jesus se confrontou com esta realidade essencial da vida humana. Ele conhecia o cansaço do trabalho do carpinteiro, do semeador e das donas de casa; o drama de perder uma preciosa moeda ou uma ovelha e a alegria de as reencontrar; a esperança e a exultação da colheita e a neurótica e vã sede de acumular riquezas; o precioso trabalho dos administradores honestos e a corrupção das administrações e dos encarregados dos impostos; o genuíno dom da moedinha de uma viúva e a venalidade blasfema daqueles que usam as coisas santas para enriquecer; o generoso dom dos pães e peixes de um rapazito e a insensibilidade de um rico diante da fome de um mendigo à sua porta; a preocupação por encontrar alimento para a multidão que o seguia e a confiança incondicional na bondade providente do Pai que dá de comer aos pássaros do céu… Sobre tudo isto, lança um olhar crítico e livre, fruto da sua íntima comunhão com o Pai e Senhor do universo e da sua proposta de uma nova ordem de relações entre os homens sobre a terra.
Jesus não tem um discurso especificamente dedicado à economia, mas vê sempre os bens deste mundo em relação com as pessoas e com o projeto do Pai. De fato, esta é a primeira mudança de perspectiva que nos é sugerida: a economia não é fim em si mesma. Deve ser reconduzida à sua original finalidade de serviço das pessoas, segundo o projeto criador de Deus. As narrativas da multiplicação dos pães tornam clara esta dupla referência nos gestos de Jesus. Ele toma o pão, bendiz a Deus, erguendo os olhos ao céu, e depois fá-lo distribuir aos comensais (cf. Mt 14,19). Erguer os olhos ao céu e bendizer manifestam o jubiloso reconhecimento de que o pão é dom de Deus, colocado nas nossas mãos. Mais ainda, representa a consciente gratidão pelo amor do Pai e Criador que provê o alimento para todas as suas criaturas. Partindo deste olhar à bondade providente de Deus, distribuir torna-se uma atitude natural e coerente com a origem e a finalidade do pão. Quem partilha não se vê como dono do pão, mas como alguém que está ao serviço de Deus para dotar a cada um dos bens criados por Ele para o bem de todos. Estes gestos contêm o início da revolução social do Evangelho. O uso desta mesma formulação nas narrativas da eucaristia significa que a partilha fraterna dos bens é expressão elementar de uma atitude global da vida. Deste modo, ela pode ser concebida como jubilosa confiança na bondade e no poder de Deus e como generoso dom aos outros, para multiplicar o pão e a vida.
À luz disto compreende-se a proclamação da bem-aventurança dos pobres em espírito, que dá o tom e, de certo modo, contém o discurso da montanha (cf. Mt 5,1ss). Com ele, Jesus não demonstra qualquer visão cética sobre os bens criados por Deus. Não se trata também de um conselho de resignação aos pobres ou de uma rancorosa desforra contra os ricos. Proclama, sim, felizes aqueles que conscientemente (a partir do seu espírito/coração) compreenderam e aceitaram na sua vida o poder e o amor do Pai do céu. Ele é a origem não só dos necessários bens deste mundo, mas de todos os outros bens essenciais à plena vida e felicidade dos seus filhos e filhas.
Uma perspectiva evangélica sobre o mundo econômico a nível pessoal, familiar, comunitário ou social, não pode prescindir deste olhar sobre a totalidade e a transcendência do projeto de Deus para cada pessoa e para toda a humanidade. Conhecemos bem a alternativa ao projeto da bem-aventurança dos pobres, filhos/filhas de Deus: Sem a presença do verdadeiro Senhor do universo, outros senhores se apresentam, mas não têm a força, a sabedoria e a bondade do seu poder. Sentindo o peso da própria finitude, eles procuram apoderar-se dos bens do mundo, para aceder a um ilusório poder que não possuem. À sua imagem, propõem a bem-aventurança da posse, do prazer e do poder. Nas suas mãos, os bens e as riquezas do mundo, além de não darem a felicidade que as pessoas esperam em seu coração, muitas vezes tornam-se objeto de disputa e de violência. São utilizados como meios de corrupção, ostentação e força, desviando o seu fundamental objetivo de promover uma vida digna das pessoas e destruindo o equilíbrio ecológico que permite a vida no nosso planeta.
Dentro de cada um de nós encontra-se o instinto de posse e domínio e o germe da experiência filial de Deus. Como todos os seres vivos, também nós sentimos o impulso natural pela sobrevivência e continuidade da espécie. Como seres racionais, equipados de ingentes possibilidades científicas e técnicas, damo-nos conta das nossas formidáveis capacidades de desenvolvimento e de destruição. Conhecemos também as enormes responsabilidades de as gerir de modo a evitar a catástrofe e assegurar um futuro comum. É nesta humanidade que se insere a bem-aventurança dos pobres, promovidos a filhos de Deus no Espírito. Abrindo os horizontes do destino humano à omnipotência e ao amor eterno de Deus, a existência humana e os meios que a tornam possível aparecem redimensionados e revalorizados.
A experiência desta bem-aventurança filial não é conatural ao nosso ser humano mas é dom do Espírito. Por isso, precisamos de um caminho de educação do coração, à luz do Coração de Cristo. Os que o seguem são capazes de usar com alegria e gratidão os bens de Deus sem nunca se tornarem escravos deles; de considerar-se administradores do Criador para que todos possam beneficiar dos seus dons; de nunca se perder entre as migalhas de felicidade encontradas ao longo do caminho, mas de utilizar todos os meios à disposição para alcançar, com os irmãos e as irmãs, a casa que o Pai, no seu amor, preparou para eles.
O próprio Jesus viveu esta relação livre, humana e jubilosa com os bens da criação e a propôs aos que aderem ao seu Evangelho, segundo a condição de vida de cada um. No interior da Igreja, a vida consagrada procura acolher este convite, como sinal profético do mundo novo no Espírito. Vive-o como base de novas relações de solidariedade e de partilha entre as pessoas, como participação no projeto criador e providente de Deus e testemunho da prioridade do seu Reino, que leva consigo todos os outros bens. Deste modo, os/as consagrados/as procuram viver e testemunhar a liberdade, a alegria e a solidariedade fraterna em relação aos bens deste mundo, que o próprio Jesus propõe com a sua palavra e o seu exemplo.


2.2 Chamados à liberdade e à alegria de um coração solidário

A bem-aventurança dos pobres filhos de Deus é fonte de uma grande liberdade e alegria existenciais. Cada um dos que se põem a seguir a Cristo são chamados a recebê-las como dom e a desenvolvê-las conforme a sua condição de vida, quer no âmbito de uma família como no de uma comunidade religiosa ou em qualquer serviço aos outros. Esta alegre liberdade cresce na medida em que se é capaz de se despojar da dependência dos bens e do poder, renunciando a si mesmos até ao dom da própria vida. Ao apresentar-se, aos que pediam para segui-lo, como alguém que "não tem onde reclinar a cabeça" (Lc 9,58), Jesus torna-se modelo e caminho desta emancipação dos filhos de Deus. Um tal despojamento não provoca o vazio existencial, a aniquilação da pessoa ou o apagamento da energia criativa do desejo. Cria pelo contrário o espaço onde se vive uma paixão nova, uma vida à sombra da mão do Pai. Gera um novo projeto que absorve todas as energias e recursos: o Reino de Deus.
Na vida consagrada, somos chamados a viver de modo especial este convite à alegria e à liberdade. Não se trata, porém, da atitude leviana e despreocupada de quem garantiu um teto com cama e mesa, uma vida cômoda e tranquila, fechada às necessidades dos outros. Uma tal existência conduziria apenas ao tédio preguiçoso e estéril, negação do projeto do Evangelho. Os frutos da pobreza evangélica nascem, pelo contrário, no terreno de uma vida simples, conforme ao ambiente em que se vive; na libertação pessoal e comunitária do que não é necessário à vida e à missão; na renúncia aos privilégios decorrentes dos bens e do poder; no desapego em relação aos projetos, carreiras, instrumentos, lugares e pessoas, que permite ir para onde chamam as urgências do Reino. Este necessário desapego permite libertar meios, tempo e energias para consagrar à escuta de Deus, à humanização das relações à nossa volta, à ativa colaboração na construção de um mundo novo segundo o projeto do Evangelho.
Como ilustração deste caminho podemos referir-nos a duas figuras típicas e bem conhecidas. Negativamente, o jovem rico do Evangelho (cf. Mc 10,17ss) é imagem de uma pessoa séria, que tinha um sonho e aspirava a uma vida melhor. Vai-se embora triste, porque não é capaz de se desapegar das suas muitas riquezas. Positivamente, a escolha radical de Francisco de Assis continua sempre a falar à Igreja. Tendo de escolher entre a herança do patrimônio familiar e o chamamento à pobreza de Cristo, despojou-se publicamente. Entregou as vestes ao pai e disse: agora posso dizer verdadeiramente: "Pai nosso que estais no céu!"


2.3 Operosos administradores dos dons de Deus

Segundo a lógica das bem-aventuranças, a liberdade em relação aos bens está ao serviço da partilha, tal como o espírito de filiação, gera a fraternidade. Por isso, o caminho da pobreza evangélica não causa miséria, mas produz abundância, comunhão, paz e verdadeiro desenvolvimento. Normalmente, as lutas pelo controle dos bens, geram tensão, violência e destruição. Desencadeiam o instinto de posse pessoal ou de grupo e acabam por criar novas classes de ricos e de excluídos. A revolução do Evangelho, pelo contrário, pretende multiplicar o pão a partir da mudança do coração que leva à partilha generosa, à transformação das estruturas que provocam a exclusão e à criação de comunidades solidárias.
À luz disto, se compreende que a opção pela pobreza evangélica na vida consagrada não dispensa ninguém do dever de contribuir, conforme as suas possibilidades, para as necessidades da comunidade e de quantos vivem na penúria. Deus espera que cada um desenvolva e faça frutificar o que recebeu, como bom administrador, não considerando os bens como coisa exclusivamente sua. Ele apresenta-se como Senhor que se alegra com a criatividade e a iniciativa dos seus servos e não pode suportar aqueles que, por medo, egoísmo ou preguiça, escondem ou tornam estéreis os dons que receberam para desenvolver (cf. Lc 19,12ss). Neste caminho, mais do que a quantidade dos bens, conta a nova atitude de vida. A solução para a fome da multidão começa com o pequeno mas generoso e total dom de um rapazito (cf. Jo 6,9), e a insignificante moedinha de uma pobre viúva – que representa todos os seus recursos de vida – vale mais do que o ostensivo contributo de muitos ricos (cf. Mc 12,41ss).
Estas figuras evangélicas ilustram bem a liberdade generosa e fraterna em relação aos bens. Caracterizam uma existência inteiramente consagrada a Deus para serviço dos outros, em todas as etapas da vida. Os nossos confrades idosos são chamados a viver plenamente a sua doação, mesmo quando as forças possam impedir a participação em todas as dimensões das atividades comunitárias. Eles não são um peso a suportar, mas expressão viva daquela dedicação total ao Reino, que nos leva a consumir-nos por amor a Cristo e aos irmãos. Este é o maior tesouro que podemos oferecer. Eles continuam a contribuir para a vida e para a missão dos irmãos, com a fidelidade, a oração e, muitas vezes, com o que recebem das suas pensões ou serviços e que generosamente põem à disposição, para que não faltem à comunidade e ao mundo, o pão, a alegria, a justiça e a paz.


3. Tinham tudo em comum … A partilha dos bens na comunidade
3.1 Prontos a passar do eu ao nós e do meu ao nosso

Inspirada na vida do Senhor Jesus, a partilha dos bens na Congregação assume o modelo das primeiras comunidades cristãs. Segundo o testemunho dos Atos dos Apóstolos, elas tinham um só coração e uma só alma que se expressava também no possuir os bens em comum. Assim, não havia pobres entre eles e criavam uma nova relação de comunhão e solidariedade que tornava credível o Evangelho anunciado pelos Apóstolos (cf. At 4,32ss).
Pôr tudo à disposição da comunidade nasce da consciência de ter recebido tudo de Deus, por meio do próprio trabalho ou do dom generoso dos outros irmãos e irmãs. Esta atitude fundamental cria um novo sentido de comunhão, em que cada um se entrega nas mãos dos irmãos, tomando contemporaneamente conta deles. Deste modo, os bens, como também o tempo, as capacidades e o projeto de vida, não são só meus, mas tornam-se nossos. Evidentemente que uma tal relação só se compreende num espírito de confiança e de entendimento sobre os valores comuns. Provém de considerar-nos juntos como discípulos no seguimento do Senhor Jesus. Sem esta libertação dos bens e sem a sua partilha, não tem sentido falar de vida religiosa e de comunidade fraterna.
Por esta razão se compreende a gravidade da falsidade na gestão dos bens na comunidade, que o livro dos Atos torna bem explícita na história de Ananias e Safira (cf. At 5,1ss). Não se trata só de fraude e de exploração econômica, em prejuízo dos outros irmãos, mas de traição da confiança; de falta de honestidade e verdade fundamentais; de atentado que destrói as raízes da comunhão; de negação radical da opção evangélica expressa na profissão religiosa.
Os princípios fundamentais da partilha dos bens entre nós são muito simples e baseiam-se na liberdade, alegria e solidariedade que provêm de um coração grato a Deus pelos seus dons e aberto aos irmãos para construir um novo estilo de relações, inspirados no seguimento de Cristo.
Para cada um de nós, isto manifesta-se concretamente em:
• manter um estilo de vida simples e sóbrio, sinal de liberdade, generosidade e solidariedade, a exemplo de Cristo;
• entregar efetivamente à comunidade tudo quanto possuímos, ganhamos ou nos é oferecido, com verdade, transparência e fraternidade;
• depender da comunidade em tudo quanto é necessário à própria vida e missão, tendo em conta o ambiente onde se vive e o trabalho que se desenvolve;
• colaborar ativamente, conforme a própria condição e função, para procurar e gerir os bens que pertencem a todos.
A caixa comum não é, pois, uma opção para algumas Entidades ou para os mais generosos, mas uma das bases essenciais à Vida Religiosa no nosso Instituto. Nela não se lança apenas parte de quanto possuímos ou recebemos, mas absolutamente tudo, com honestidade e transparência. Da caixa comum recebemos quanto é preciso, conforme as necessidades de cada um e as exigências do próprio ministério, procurando observar um estilo de vida simples e livre. Nela se incluem os projetos promovidos pela comunidade, ainda que financiados por outros, de modo que a partilha comunitária esteja sempre presente no nosso modo de projetar e realizar a missão.
A Caixa comum realiza-se a diversos níveis na vida da Congregação.
• Ela tem a primeira e fundamental realização a nível de cada comunidade local. É aí que tem lugar a efetiva partilha dos bens entre os irmãos e a participação de todos nas decisões, sob a direcção do Superior e a gestão do Ecónomo.
• Exprime-se, depois, igualmente entre as diferentes comunidades de cada Entidade, para tornar possível a comunhão e o projeto apostólico comum. Embora respeitando a gestão local dentro dos limites e normas estabelecidas, os bens das comunidades devem ser considerados em conjunto, sob a direcção do Superior da Entidade, de modo que não sobre a alguns aquilo que falta aos outros.
• A solidariedade desta partilha abre-se depois a toda a Congregação, como expressão da comunhão que nos une para além das nacionalidades e das culturas, como participação na comum missão universal e como sensibilidade para com os mais carenciados da humanidade.
As Normas para a Administração dos Bens (NAB) querem especificar estes princípios e orientar cada um de nós e as nossas comunidades no caminho da partilha dos bens, tendo em conta o contexto cada vez mais complexo da vida econômica do nosso tempo. Conhecê-las e observá-las constitui um dever para todos. Elas estabelecem bases importantes para a justiça, a solidariedade e a comunhão entre nós. Entendem evitar desvios e prejuízos, e tornar mais eficiente e transparente a caridade que a todos estes processos deve presidir.


3.2 Co-responsáveis na procura e na gestão dos bens

Na lógica da criação, do dom de Cristo e da nossa consagração, a questão dos bens e das atividades econômicas nunca é um assunto privado, mas tem sempre uma dimensão relacional que implica outras pessoas. Por isso, também a gestão dos bens postos em comum nunca é um assunto pessoal, mas deve envolver a comunidade inteira, tanto na procura dos bens, como no discernimento e nas decisões a tomar na sua gestão.
Esta co-responsabilidade manifesta-se de diversos modos:
• no consciente esforço de cada um em procurar os recursos necessários e em cuidar e usar responsavelmente os meios à disposição de todos;
• na apresentação correta à comunidade dos balanços das próprias receitas e despesas;
• na participação de toda a comunidade no discernimento e na programação econômica, segundo o grau de integração e a responsabilidade de cada um;
• no papel dos conselhos locais e das Entidades, como também das Comissões Econômicas, que devem sempre ser ouvidas antes de tomar decisões em campo econômico.
No discernimento em campo econômico, todos devem ter em conta, não só as condições financeiras da própria comunidade ou Entidade, mas também aquilo que é possível permitir-se com os recursos disponíveis. A nível pessoal e comunitário, é preciso ter sempre presente o estilo de vida simples ligado à nossa opção evangélica, para corresponder à missão de toda a Congregação. E deve sempre ser escutado o grito dos pobres, vizinhos ou distantes.


3.3 Atentos administradores dos bens da comunidade

Na Congregação, a gestão dos bens é confiada aos Ecônomos, sob a orientação dos Superiores. Eles, porém, não são os donos dos bens, mas administram o que pertence a toda a comunidade ou Entidade. Por isso, estas devem ser sempre ouvidas, nos seus órgãos competentes, em ordem às orientações que se referem à vida ordinária e nas decisões extraordinárias. A fraterna complementaridade das ofícios do Superior e do Ecônomo, no respeito pelas funções de cada um e pela voz de toda a comunidade, é fundamental para a harmonia e a fidelidade solidária de todos os confrades.
O Ecônomo ocupa-se da gestão da vida econômica da comunidade, Entidade ou Congregação, de acordo as nossas finalidades e normas. Mantém com exatidão e transparência a contabilidade, apresentando balanços e orçamentos. É-lhe confiada a administração direta dos recursos. Deve, todavia recordar-se de que, para as orientações e decisões, depende do Superior, que deve consultar ou pedir o consentimento do seu conselho. Particularmente no serviço de Ecônomo se manifesta a imagem do irmão atento e diligente, que administra os bens de Deus, Pai Providente para com todos, de modo que a ninguém falte o necessário. O seu não é um serviço secundário, mas um elemento essencial à vida e à missão de cada comunidade. Além de prover ao necessário para a vida dos confrades, deve ajudá-los a viver o espírito de sobriedade, que caracterizam a nossa relação com as realidades econômicas.
Neste tempo, as questões de natureza econômica exigem cada vez mais competência e preparação específica. Está a fazer-se um grande esforço para formar pessoas para esse serviço. O curso para Ecônomos, previsto para 2012, é um exemplo. Estamos, porém, conscientes da necessidade de intensificar este processo de especialização dos nossos confrades, tanto a nível das Entidades como de toda a Congregação. Paralelamente, sente-se a necessidade de recorrer ao contributo específico de profissionais neste campo, sobretudo quando se trata de administrar instituições que dependem de nós ou de corresponder às normas específicas de cada país.
O desafio da formação, que assumimos como uma das grandes prioridades da Congregação, tem um espaço especial no campo econômico e deve ser assumido muito seriamente por cada uma das nossas Entidades. Ele compreende a aquisição de capacidades técnicas específicas, mas também um aprofundamento humano, social e espiritual. Este esforço formativo pode ajudar a compreender os problemas do nosso tempo e a viver, a nível individual e comunitário, a liberdade, a solidariedade e a comunhão, que provêm do nosso voto de pobreza.


Conclusão

Aproximando-nos da festa do Coração de Jesus, queremos aprender d´Ele, de modo especial, o amor que se fez solidariedade com a humanidade, oferecendo toda a sua vida aos homens, como sinal do amor do Pai: “Ele, sendo rico, fez-se pobre por vós, para vos enriquecer pela sua pobreza” (2 Co 8,9).
É d´Ele que aprendemos o estilo de vida simples e livre, fruto da confiança na liberalidade e na bondade do Pai do céu, que cria entre nós comunhão e fraternidade.
Transformados pelo Seu Espírito, ponhamos em comum os dons de Deus, para prover à vida e missão dos nossos confrades e poder abrir o coração aos mais carentes.
No seu seguimento, sejamos ativamente solidários com aqueles que procuram reparar a injustiça e a exploração dos mais fracos, multiplicar o pão para os famintos e promover um desenvolvimento harmônico que preserve, para as gerações futuras, a maravilhosa obra de Deus Criador.
Desejamos-vos uma boa festa do Coração de Jesus!


P. José Ornelas Carvalho
Superior Geral SCJ
e o seu Conselho