18 junho 2009

Mensagem do superior provincial BC para a Festa SCJ 2009


São Paulo, 19 de junho de 2009.

Prezados Confrades,

“Caritas Christi urget nos”


Com maior ou menor participação, toda a nossa Congregação esteve em capítulo geral, o XXII da nossa história. Nós que estivemos presentes na assembléia capitular pudemos ver, sentir de perto e partilhar muitos aspectos da vida da Congregação no momento atual. As realidades geoculturais são distintas, a vitalidade das províncias é diversificada, os desafios da missão são maiores ou menores segundo o número de religiosos e a realidade eclesial.

Em alguns lugares a Congregação nasce, em outros cresce e em outros ainda ela luta para sobreviver, mas para todos deve ressoar até o íntimo da consciência o apelo que nos foi dirigido desde a preparação remota do capítulo geral “Caritas Christi urget nos” (2Cor 5,14) e “apaixonados por Cristo, que nos une em fraternidade, anunciamos o Evangelho”.

O documento final do XXII capítulo geral dirá que somos “congregados pelo amor de Cristo e por ele impulsionados” para fazer do “Coração de Cristo o centro de nossa vida” (espiritualidade dehoniana do ecce venio), que o “Coração de Cristo nos une em fraternidade” (a vida fraterna em comunidade: sint unum), e que o “Coração de Cristo nos impulsiona a anunciar o Evangelho” (a missão: Adveniat Regnum tuum).

O “ver” a Congregação como um todo, a partir do relatório do superior geral e das apresentações das entidades (províncias, regiões e distritos), foi muito enriquecedor. Como participante dos últimos 4 capítulos gerais, é possível perceber uma linha de continuidade na abertura à internacionalidade da missão comum da Congregação e mais ainda quanto à importância das presenças que ultimamente nasceram com o perfil internacional. Isto não é somente uma necessidade por falta de pessoas ou recursos, mas é, sobretudo, um enriquecimento em termos de partilha do nosso carisma. Acolher e ser acolhido, partilhar nossa missão e espiritualidade em comunidades fraternas multiculturais, corresponde a uma profecia em ato no mundo globalizado, que queremos evangelizar pelo testemunho de vida e apostolado.

Como disse o superior geral em seu discurso de conclusão da assembléia capitular, “um capítulo não é para ser um ponto de chegada, mas deve ser um novo impulso e indicar o rumo para o qual a Congregação deve caminhar e se desenvolver nos próximos anos”.

A todos foi possível acompanhar muita coisa do capítulo pela ampla divulgação que teve. Aguardamos a versão oficial do texto final e depois a carta programática do novo governo geral para o próximo sexênio.


Além destas breves considerações sobre o capítulo quero também cumprimentar a cada religioso e comunidade religiosa da Província por ocasião da nossa festa maior, a solenidade do Coração de Jesus.

Minha saudação de boas festas é ao mesmo tempo um convite a refletirmos a mensagem, que brota do evangelho do dia, “olharão para aquele que transpassaram” (Jo 19,37), e do outro texto citado anteriormente por S. João, “quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12, 32).

Segundo nossa regra de vida n. 2 e 3, a experiência de fé carismática de P. Dehon nasceu da contemplação desse mistério de amor. O Lado aberto e o Coração transpassado de Cristo são a expressão mais evocadora daquele amor que ele experimentou em sua própria vida.

Será que temos tido consciência suficiente da abundância desse gesto de amor? Mais ainda, como diz São Paulo, que este amor “foi derramado em nossos corações”? (Rm 5,5).

É o amor de Deus em nós e a comunhão entre nós no amor de Deus, que são nossa grande profecia num mundo que quer viver sem Deus, egocêntrico e individualista. Sem o amor de Deus tudo o mais não basta, não preenche, não dá consistência e é incapaz de nos mover para a missão que nos espera, por isso mesmo o refrão “Caritas Christi urget nos”.

“Contemplando o Coração de Cristo, símbolo privilegiado desse amor, somos fortalecidos em nossa vocação. Somos, com efeito, chamados a inserir-nos nesse movimento de amor redentor, doando-nos aos irmãos, com Cristo e como Cristo” (Cst. 21).


A todos desejo uma abençoada festa do Coração de Jesus! Vivat Cor Iesu!

P. Paulo Hülse, scj
superior provincial BC

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