A carta papal convida a refletir sobre dois aspectos: o primeiro é «a formação das crianças»; «o segundo, talvez menos óbvio mas não menos importante, é a formação dos próprios meios de comunicação». «A relação entre crianças, meios de comunicação social e educação pode ser considerada a partir de duas perspectivas: a formação das crianças por parte dos mass media; e a formação das crianças para que respondam apropriadamente aos mass media.»
«Sobressai um tipo de reciprocidade que indica as responsabilidades dos meios de comunicação social como indústria e a necessidade de uma participação activa e crítica dos leitores, dos espectadores e dos ouvintes.»
«Nesta perspectiva, formar-se no uso apropriado dos meios de comunicação social é essencial para o desenvolvimento cultural, moral e espiritual das crianças.» «Educar as crianças a serem judiciosas no uso dos mass media é uma responsabilidade que cabe aos pais, à Igreja e à escola.»
«A educação aos mass media deveria ser positiva --acrescenta--. As crianças expostas ao que é estética e moralmente excelente são ajudadas a desenvolver o apreço, a prudência e as capacidades de discernimento.»
«Aqui é importante reconhecer o valor fundamental do exemplo dos pais e os benefícios da apresentação aos jovens dos clássicos infantis da literatura, das belas-artes e da música edificante», esclarece o Papa. «A beleza, uma espécie de espelho do divino, inspira e vivifica os corações e as mentes mais jovens, ao passo que a torpeza e a vulgaridade têm um impacto depressivo sobre as atitudes e os comportamentos.»
«Educar as crianças pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade somente pode ser sustentada pela indústria dos meios de comunicação social, na medida em que ela promover a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e as finalidades positivas da humanidade», indica a mensagem. O Papa reconhece que «os que trabalham neste campo enfrentam ‘pressões psicológicas e dilemas éticos particulares’ (Aetatis novae, 19), que por vezes vêem a concorrência comercial impelir os comunicadores para níveis mais baixos».
«Qualquer tendência a realizar programas e produtos – inclusive desenhos animados e videojogos – que, em nome do entretenimento, exalta a violência e apresenta comportamentos anti-sociais ou a banalização da sexualidade humana constitui uma perversão, e é ainda mais repugnante quando tais programas são destinados às crianças e aos adolescentes», afirma. Por este motivo, o Papa exorta os «responsáveis da indústria dos meios de comunicação social a salvaguardarem o bem comum, a promoverem a verdade, a protegerem a dignidade humana de cada indivíduo e a fomentarem o respeito pelas necessidades da família».
A mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Comunicações Sociais se publica tradicionalmente com motivo do dia de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas, 24 de janeiro, para permitir às conferências episcopais, às dioceses e organizações de comunicação social contar com o tempo necessário para preparar os materiais audiovisuais para as celebrações nacionais e locais.
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