Acabar com a divisão Norte/Sul, encarar a Igreja como universal e independente dos poderes e descobrir a minoria como ocasião de missão foram alertas deixados pelo Pe. José Ornelas Carvalho aos participantes no Congresso Missionário Nacional, em Portugal.
Desafios e perspectivas
Perante os desafios, o Pe. Ornelas aponta que Igreja não é “agência de serviços religiosos da cristandade”. É preciso sair das sacristias e assumir-se como semente e fermento. O carácter minoritário tem de ser encarado como “nova oportunidade de missão”. “As Igrejas do Sul que receberam o Evangelho têm de partir”.
O Pe. Ornelas sublinha positivamente a participação activa dos leigos “no interior das igrejas e na cooperação além fronteiras”. As acções em torno dos movimentos e das comunidades religiosas são essenciais, mas “os leigos têm de ser preparados. Não são apenas colaboradores, mas integrantes da comunidade cristã”.
Pe. Ornelas afirma ainda que os contatos com a Índia e as perspectivas na China precisam de ser encaradas como desafios de missão.
Os novos caminhos da missão foi o tema desenvolvido pelo superior geral dos Dehonianos.
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Missão enfrenta desafios constantes e enormes num mundo que muda rapidamente. Originalmente e pela sua própria natureza, “a Igreja tem de ser missionária, e para ser universal”. O Pe. Ornelas afirma que a Igreja tem de ligar-se à cultura, pois não pode ser “desencarnada, mas não pode ligar-se de tal maneira a uma cultura, que secundarize as outras”.
Dependência do poder
A Igreja, se mantém uma ligação ao poder, põe em causa o seu dever universal. “A universalidade é incompatível com uma Igreja de poder”. A Igreja tem de intervir na defesa da Polis, mas Deus está muito para além da geografia da história”, sublinha o sacerdote.
Nas terras de missão, “a Igreja acabou por inserir-se nas suas sociedades”.
A missão legitimou “ambiguidades com o poder, a superioridade, silêncios comprometidos e opressões”. O missionário, ao longo dos séculos, devido à história de missionação marcada pelo Evangelho, “foi-se cimentado a ideia de que o missionário é um padre, vindo do mundo ocidental (no Norte), para levar a fé (e a civilização) aos países pagãos, prevalentemente no Sul do planeta”. Um quadro que gera “paternalismos”, explica o sacerdote, em grande parte “ainda presente no quadro imaginário europeu”.
Assume-se este quadro “com gosto, mas também com espirito crítico” e, sublinha o sacerdote, “assumimos a necessidade de apontar modelos”.
A Igreja, se mantém uma ligação ao poder, põe em causa o seu dever universal. “A universalidade é incompatível com uma Igreja de poder”. A Igreja tem de intervir na defesa da Polis, mas Deus está muito para além da geografia da história”, sublinha o sacerdote.
Nas terras de missão, “a Igreja acabou por inserir-se nas suas sociedades”.
A missão legitimou “ambiguidades com o poder, a superioridade, silêncios comprometidos e opressões”. O missionário, ao longo dos séculos, devido à história de missionação marcada pelo Evangelho, “foi-se cimentado a ideia de que o missionário é um padre, vindo do mundo ocidental (no Norte), para levar a fé (e a civilização) aos países pagãos, prevalentemente no Sul do planeta”. Um quadro que gera “paternalismos”, explica o sacerdote, em grande parte “ainda presente no quadro imaginário europeu”.
Assume-se este quadro “com gosto, mas também com espirito crítico” e, sublinha o sacerdote, “assumimos a necessidade de apontar modelos”.
Paradigma do Norte/Sul
Os países que inicialmente lançaram missionários, “hoje estão em crise”. Esta realidade própria do hemisfério Norte contrasta com o hemisfério Sul. A Igreja está a deslocar-se para Sul, “não apenas em número mas também em vitalidade e perspectivas de futuro. O continente com maior número de cristãos é a América Latina”.
“Basta ver conventos à venda no hemisfério Norte”, enfatiza o Pe. Ornelas, contrastando com casas de formação que iniciam os seus trabalhos no Sul. Este contraste tem já consequências, mas “vão intensificar-se mais”. Desactualização de estruturas e métodos da época da «cristandade», a diminuição de número de fieis e vocações, o secularismo, a religião no domínio privado, exemplifica o sacerdote.
Não basta ficar “no lamento decadente do Ocidente”, aponta. Desta Igreja lançou-se a renovação conciliar, “continua a ser e a ser chamada a ser fermento”. Também os missionários têm dificuldade em misturarem-se num intercâmbio, “precisamos uns dos outros para construir uma Igreja”.
Na América Latina, encontramos “uma igreja mais viva”, normalmente minoritárias, mas com grande vitalidade cristã. O modelo europeu centra-se na figura do clero em contraste com a centralidade do leigo no contexto do Sul, “onde ocasionalmente o sacerdote visita os locais”.
“É uma Igreja diferente que se adaptou , com liberdades e limites também”.
A ideia de supremacia Ocidental confronta-se com o deslocamento para o Sul e com a multi-culturalidade. “Ainda pensamos que temos «o rei na barriga». Temos de encontrar outras parcerias e ao nível da missão, isto é essencial”. O sacerdote sublinhou que “a universalidade é o novo nome da missão”.
Os países que inicialmente lançaram missionários, “hoje estão em crise”. Esta realidade própria do hemisfério Norte contrasta com o hemisfério Sul. A Igreja está a deslocar-se para Sul, “não apenas em número mas também em vitalidade e perspectivas de futuro. O continente com maior número de cristãos é a América Latina”.
“Basta ver conventos à venda no hemisfério Norte”, enfatiza o Pe. Ornelas, contrastando com casas de formação que iniciam os seus trabalhos no Sul. Este contraste tem já consequências, mas “vão intensificar-se mais”. Desactualização de estruturas e métodos da época da «cristandade», a diminuição de número de fieis e vocações, o secularismo, a religião no domínio privado, exemplifica o sacerdote.
Não basta ficar “no lamento decadente do Ocidente”, aponta. Desta Igreja lançou-se a renovação conciliar, “continua a ser e a ser chamada a ser fermento”. Também os missionários têm dificuldade em misturarem-se num intercâmbio, “precisamos uns dos outros para construir uma Igreja”.
Na América Latina, encontramos “uma igreja mais viva”, normalmente minoritárias, mas com grande vitalidade cristã. O modelo europeu centra-se na figura do clero em contraste com a centralidade do leigo no contexto do Sul, “onde ocasionalmente o sacerdote visita os locais”.
“É uma Igreja diferente que se adaptou , com liberdades e limites também”.
A ideia de supremacia Ocidental confronta-se com o deslocamento para o Sul e com a multi-culturalidade. “Ainda pensamos que temos «o rei na barriga». Temos de encontrar outras parcerias e ao nível da missão, isto é essencial”. O sacerdote sublinhou que “a universalidade é o novo nome da missão”.
Desafios e perspectivas
Perante os desafios, o Pe. Ornelas aponta que Igreja não é “agência de serviços religiosos da cristandade”. É preciso sair das sacristias e assumir-se como semente e fermento. O carácter minoritário tem de ser encarado como “nova oportunidade de missão”. “As Igrejas do Sul que receberam o Evangelho têm de partir”.
O Pe. Ornelas sublinha positivamente a participação activa dos leigos “no interior das igrejas e na cooperação além fronteiras”. As acções em torno dos movimentos e das comunidades religiosas são essenciais, mas “os leigos têm de ser preparados. Não são apenas colaboradores, mas integrantes da comunidade cristã”.
Pe. Ornelas afirma ainda que os contatos com a Índia e as perspectivas na China precisam de ser encaradas como desafios de missão.
Fonte: Agencia Ecclesia
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