Ao refletir e escrever esta mensagem sobre as festividades que se aproximam tenho bem presente todas as preocupações de um final de ano em nossas paróquias, casas de formação e escolas. É tempo de avaliação, programação, celebrações de encerramento e confraternizações. Os acontecimentos parecem querer nos atropelar. É a frenesi do findar de mais um ano. Como se não bastasse o agito normal deste período, outras mudanças se somam a tudo isto, seja por força da caminhada vocacional, seja pelas necessidades da província. É por esta época que acontecem as transferências, esperadas por uns, imprescindíveis para outros, quiçá até um pouco difíceis, mas quando acolhidas na obediência e oblação, nos levam a fazer a vontade de Deus. Em tudo isto existe o apelo à conversão da mente e do coração, próprio do advento, tempo de escuta, aprendizado e acolhida do Novo.
Para nós, religiosos dehonianos, é oportuno refletir sobre a nossa caminhada como religiosos e sacerdotes. Aproveitemos o apelo à conversão e mudanças de vida, para aprofundar nossa conversão pessoal e pastoral. A nossa vida aqui não é definitiva. Somos peregrinos rumo à terra prometida, paraíso de nossos sonhos. Mudar nos permite desinstalar, rever a caminhada, desfazer-se de coisas supérfluas, às quais nos apegamos desnecessariamente, impedindo-nos de avançar com mais leveza, no caminho da santidade. Ao mesmo tempo em que deixamos pra trás tantas coisas, crescemos na medida do Cristo, configurando-nos mais a Ele, que soube pronunciar o seu “ecce venio” para a salvação de todos. Pelo Seu “sim” e fidelidade o nosso “sim” tornou-se possível.
Por outro lado, uma vida mais sóbria e coerente nos permite recuperar o profetismo, tão próprio da vida consagrada. Por ações e palavras o profeta anuncia um mundo novo. Ao mesmo tempo em que denuncia a injustiça e tudo o que impede a sua realização, faz nascer a esperança em dias melhores. Portanto, advento é ocasião para rever o nosso compromisso com os mais pequenos e os injustiçados, razão de nossa consagração e ministério sacerdotal. Advento, enfim, é uma grande oportunidade de retomar nossa vida cristã e de consagrados. Aceitando este desafio e vivendo bem o advento, estaremos preparados para saborear as delícias do Natal do Senhor.
Natal será o novo que vem como bálsamo para curar os nossos males e feridas. Natal será como a chuva que vem devolver fecundidade aos nossos atos. Natal, sim, será celebrar a memória do nascimento do Salvador e permitir que este mistério inunda todo o nosso ser. Natal será celebrar a vida, generosa, abundante, fecunda, alegre. Uma alegria que nasce da vida nova em Cristo.
Então será verdadeiramente, Natal!
É minha prece e desejo mais profundo que a alegria do Menino Deus brote no coração de todos. Que a paz reine em cada um e nas comunidades religiosas e paroquiais. Que juntos cantemos um cântico novo, de alegria, vida e esperança.
“É Deus que me salva; posso viver confiante e sem medo, porque o Senhor é a razão da minha força e do meu canto, ele se fez o meu Salvador” (Is 12,2)
Feliz Natal e um Ano Novo abençoado.
Pe. Léo Heck, scj – Superior Provincial
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