O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Cláudio Hummes, foi indicado na terça-feira, dia 31, para comandar todo o clero católico do mundo, como prefeito da Congregação para o Clero.
Cardeal Hummes, 72 anos, vai agora para a Cúria Romana, numa indicação que ilustra a importância do Brasil - maior país católico do mundo - para o Vaticano.
Pode sinalizar também uma maior dedicação da Igreja para com os pobres, especialmente nos países em desenvolvimento.
Pode sinalizar também uma maior dedicação da Igreja para com os pobres, especialmente nos países em desenvolvimento.
No cargo de prefeito da Congregação para o Clero, dom Hummes "chefiará" cerca de 400 mil padres mundo afora. "Vejo a perspectiva simbólica de Hummes influenciar as raízes da Igreja. Isso é um reconhecimento para o Brasil, onde vive um em cada dez católicos (do mundo) e onde a Igreja é muito ligada à classe pobre", disse Fernando Altemeyer, professor de Teologia e ouvidor da PUC-SP.
É também um reconhecimento por parte do papa Bento 16 do fato de que o cardeal Hummes foi progressivamente se distanciando dos movimentos de esquerda, embora sem abandonar as questões sociais, e se voltando para os dogmas católicos tradicionais.
Nas décadas de 1970 e 1980, Hummes ajudou os sindicatos de esquerda na luta contra a ditadura e, quando era bispo de Santo André, em São Paulo, chegou a abrigar reuniões de grevistas em sua paróquia.
"Ele é um dos bispos que mais apóiam a causa dos pobres. Espero que possa ser papa", disse frei Betto, tradicional militante de esquerda da Igreja. "Ele não mudou muito. Se a ditadura voltasse, ele voltaria à luta política para apoiar as greves dos sindicatos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário