02 março 2008

Célula embrionária: CNBB pedirá que STF vote contra


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma carta pedindo aos ministros que votem contra o uso de células embrionárias em pesquisas. A votação está prevista para a próxima quarta-feira.

O arcebispo de Londrina e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, d. Orlando Brandes, afirma que não é necessário a utilização de células tronco de embriões para fazer pesquisas. A ciência, segundo ele, já provou que as células tronco retiradas de adultos são mais eficazes nos tratamentos.
"O embrião é um ser humano, um indivíduo que tem direito de nascer e tem todos os elementos necessários da ciência para ser um adulto. É uma semente que vai se desenvolver", diz o arcebispo.

A cientista Mayana Zatz, doutora em genética e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), explica que os embriões requisitados pela comunidade científica para uso em pesquisa são aqueles que não vão ser implantados em úteros e, portanto, não nascerão. "Esses embriões, como é que eles vão ter uma vida humana, se eles nunca vão ter um útero? Se os genitores dizem que não querem mais implantá-los em seu útero?", explica.


Segundo Mayana, os comitês de ética em pesquisa das universidades, responsáveis pela aprovação de qualquer tipo de experimento científico, estão reprovando todos os que envolvem o uso de células-tronco embrionárias até que se resolva a questão no STF. Entre as pesquisas que estão paradas, ela cita as que estudam doenças neuromusculares, como Esclerose Lateral Amiotrófica e a Amiotrofia Espinhal Progressiva, que em sua forma mais grave não permite que as crianças cheguem aos dois anos de idade.


A doutora em microbiologia e professora da Universidade de Brasília (UnB) Lenise Garcia concorda com o arcebispo. Segundo ela, as células tronco de adultos podem ser retiradas de qualquer parte do corpo, e os tratamentos com células tronco embrionárias ainda nem começaram a ser feitos em humanos, porque os resultados em animais não são satisfatórios.
"Em animais essas células se desenvolveram muito rápido e em alguns casos originaram até câncer", explica.


De acordo com a doutora, 73 doenças já começaram a ser tratadas com células tronco adultas. "As células adultas são mais eficazes. Existe menos chance de rejeição. Não precisamos destruir um embrião, uma vida, sendo que temos resultados melhores", afirma.
A opinião pública, segundo Lenise Garcia, está sendo enganada. "Vejo pessoas com doenças, em cadeiras de rodas, fazendo manifestações a favor das pesquisas com células embrionárias. Elas estão sendo enganadas. É muito melhor elas usarem as células delas para o tratamento delas. As chances de rejeição são poucas", diz.


A professora da UnB defende uma outra possibilidade de tratamento, que segundo ela é mais viável, que seria com as células tronco de cordões umbilicais e do líquido amniótico.


Fonte: Agência Brasil / Terra

Um comentário:

Anônimo disse...

Sabe isso de não liberar as pesquisas, é por que os politicos querem que o povo fique cada vez mais burror, submisso a eles.

O que eu desejo a todos eles que estão contra essa aprovação é que PEQUE UMA DOENÇA QUE POSSA SER CURADA COM CÉLULA TRICO OU EMBRIONÁRIAS.