Roma, 3 de março de 2008.
Caros confrades e amigos da Família Dehoniana,
Caros confrades e amigos da Família Dehoniana,
No dia 14 de março, há 165 anos, nascia Padre Dehon em La Capelle, na França. Olhar para esta data é voltar a atenção a um ponto de referência importante a fim de celebrar e tornar presente a riqueza de um patrimônio que enriqueceu a Igreja e deu a um carisma a possibilidade de se manifestar e se exprimir: “Deixo-vos o maior dos tesouros, o Coração de Jesus”.
Há 130 anos, o Espírito fez brotar a nossa Congregação a partir do dom da vida do Padre Dehon. Estas duas realidades foram então juntadas num único dom para o bem de todos. O dom oferecido ao mundo naquele dia 14 de março de 1843 continua vivo e oferecido a nós hoje.
Celebrar esta data é, pois, referir-se sincera e lealmente à inspiração original de nosso existir como família dehoniana.
O dom, que através da existência do Padre Dehon e de tantos que nele se inspiraram e continuam a se inspirar, chegou até nós e tem a sua continuidade em novas vocações. São muitos os que vêem no caminho espiritual do Padre Dehon uma proposta atual e um percurso para a santidade, que na perspectiva dehoniana nos conduz à união explícita da nossa “vida religiosa e apostólica à oblação reparadora de Cristo ao Pai pelos homens” (Cst 6). Por tudo isso agradecemos ao Senhor, pois, se em alguns contextos sentimos a diminuição de pessoas, recursos e energias, em outros assistimos a um florescer de respostas generosas.
Ao Senhor, que não se cansa de estar próximo aos que ama, fazemos chegar a nossa prece pedindo novas vocações, mas também agradecendo pelos muitos confrades, que com dedicação estão investindo energias e competências para que o Reino cresça.
O tema das vocações é para toda a Igreja e para a nossa congregação uma realidade fundamental em vista da missão. O anúncio da pessoa de Cristo, que na última Conferência Geral foi declarado prioritário, por sua importânica urgência, necessita de anunciadores.
Na carta aos Romanos São Paulo pergunta: “Como poderão invocá-lo sem primeiro terem acreditado nele? E como poderão crer, sem terem ouvido falar a seu respeito? E como poderão ouvir falar dele, se não houver quem o anuncie?” (Rm 10,14). Com estas palavras o apóstolo nos recorda a insubstituibilidade dos anunciadores e a urgência do empenho para que sejam numerosos os que assumem esta missão. Estamos, porém, convictos de que toda a nossa atividade em prol das vocações só dará fruto mediante a graça de Deus. Por isso, lembrados do convite de Jesus a “rezar para que o dono da messe envie operários para a sua colheita” (Lc 10,2), queremos intensificar a nossa oração a fim de que o Senhor nos abençoe com numerosas e santas vocações, e estas encontrem no “ecce venio” e no “ecce ancilla” o modelo e a força do seu empenho a serviço da missão. Vamos fazê-lo com uma prece intensa especialmente nesta jornada de oração e ação de graças pelas vocações dehonianas.
Procuramos realizar a nossa vocação juntos, em cada uma de nossas comunidades e Entidades e em toda a Congregação. Na busca dos caminhos de Deus, o ano de 2008 nos veja a todos empenhados num trabalho de discernimento, que tenha o seu ponto alto nos encontros capitulares. Os capítulos de cada Entidade são celebrados em vista do 22º capítulo geral, cujo tema, expresso na escolha do título, nos recorda o que já foi dito e nos oferece um programa: “ ‘O amor de Cristo nos impulsiona’ (2 Cor 5,14). Apaixonados por Cristo, que nos une em fraternidade, anunciamos o Evangelho”.
Renovamos o convite de que se deixem ajudar pelo questionário que a comissão preparatória enviou, envolvidos em nível individual e comunitário na busca comum de maior fidelidade e disponibilidade à missão que Deus nos confia na Igreja e no mundo de hoje. A Páscoa já próxima nos ilumina, indicando a meta e dando-nos a força para o caminho. A ressurreição de Jesus é o selo da vitória da vida sobre a morte, a vitória do amor sobre o pecado que nos humilha e divide.
A vida de Cristo, nossa Páscoa, é a nova vida oferecida a todo ser humano “por meio do Espírito que nos foi dado” (Rm 5,5).
Façamos nossa a oração pelo Capítulo:
Ó Deus, nosso Pai, que concedestes ao Padre Dehon a graça de experimentar o amor do Coração de Jesus, inflamai-nos com o Seu amor por vós e pela humanidade. Enviai o vosso Espírito, para que a partir do amor a Cristo, que está em nosso meio, se reavive o dom de viver em comunidade, testemunhando a fraternidade ao mundo dividido e indiferente. Apaixonados por Cristo, nos dispomos a anunciar a todos o vosso Reino de amor, para que Vós, ó Deus, sejais conhecido e amado, e a nossa “alegria seja plena”. Amém.
Ó Deus, nosso Pai, que concedestes ao Padre Dehon a graça de experimentar o amor do Coração de Jesus, inflamai-nos com o Seu amor por vós e pela humanidade. Enviai o vosso Espírito, para que a partir do amor a Cristo, que está em nosso meio, se reavive o dom de viver em comunidade, testemunhando a fraternidade ao mundo dividido e indiferente. Apaixonados por Cristo, nos dispomos a anunciar a todos o vosso Reino de amor, para que Vós, ó Deus, sejais conhecido e amado, e a nossa “alegria seja plena”. Amém.
Feliz Páscoa!
P. José Ornelas Carvalho, scj
Superior geral
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