Prot, 0262/2008
“Deus, que havia falado de diversos modos aos nossos pais por meio dos profetas, ultimamente nos falou por meio de seu Filho” (Heb 1, 1-2)
Caros confrades, membros da Congregação
Caros irmãos e irmãs da Família Dehoniana
Na esteira do sínodo da Palavra vivemos o espírito do Advento e do Natal, voltando nosso olhar para o “Rosto da Palavra”, Jesus Cristo, por meio do qual Deus continua a nos falar. Nós o acolhemos como enviado do Pai e, ouvindo-o, aprendemos a ser pessoas de coração aberto e solidário e a fazer tudo o que ele nos dirá (Jo 2,5).
Ao término deste ano de 2008, na fé reconhecemos que o Senhor caminhou conosco e nos fez trabalhar pelo seu Reino. Nós somos gratos por todo o bem que pudemos realizar por meio da Congregação, da Família Dehoniana e da Igreja Agradecemos porque a Igreja, mãe e mestra, nos chamou a atenção para a primeira fonte da vida espiritual, a Palavra, e nos apresenta o apóstolo Paulo como mestre de vida cristã e missionária.
Como Congregação damos graças a Deus pelos jovens que ele encaminhou para as nossas comunidades, por aqueles que fizeram a primeira profissão (82) ou renovaram seus votos, por aqueles que se consagraram definitivamente no seguimento a Cristo (40) e por aqueles que receberam o sacramento da Ordem (35) para servir a Deus e ao povo com o dom total de suas vidas.
Ao mesmo tempo agradecemos ao Senhor pelos religiosos que perseveraram em sua missão testemunhando o amor do coração de Deus. Obrigado também pelos confrades que partiram para a casa do Pai (52) e receberam a recompensa prometida aos servos fiéis. Ao mesmo tempo reconhecemos que durante este ano vários seminaristas, religiosos de votos temporários e alguns de votos perpétuos e sacerdotes abandonaram nosso convívio escolhendo outro caminho. Respeitando sua liberdade, desejamos a eles felicidade e continuamos acompanhando-os com nossa oração.
Por outro lado, em muitas partes da Congregação muito se fez pelo cumprimento de nossa missão e pela formação contínua de nossos confrades. Encontros de formação, retiros espirituais, celebrações comemorativas marcaram a vida de muitas pessoas e comunidades. Entre os encontros internacionais destacamos o seminário “Theologia Cordis” com o intuito de dinamizar e atualizar nossa linguagem espiritual e teológica, o encontro de educadores que serviu para reavivar nosso compromisso junto aos adolescentes e jovens, um campo onde muitos dos nossos atuam, o encontros dos párocos que nos ajudou a ser pastores de coração misericordioso.
Este ano foi importante pela revisão de nossa vida em função do Capítulo geral. Certamente os capítulos realizados nas diversas partes da Congregação foram marcados pela busca de nossa fidelidade e de nossa coragem evangelizadora. Tais capítulos deram uma contribuição decisiva para o Capitulo geral.
Vivemos nossas vocação e missão como membros de uma sociedade santa e pecadora, egoísta e solidária, às vezes coerente, outras, contraditória. Infelizmente, temos a deplorar as guerras como no Iraque e Afeganistão, o aumento dos ataques terroristas, a retomado do conflito no Congo, a exasperação do fundamentalismo religioso que provocou danos à liberdade religiosa na Índia e em outros lugares. Preocupamo-nos com o mau uso da natureza, o aquecimento global, os fenômenos climáticos e catástrofes naturais como as recentes inundações no sul do Brasil que atingiram grande parte das comunidades assistidas pelos dehonianos da província BM e vários de seus familiares aos quais manifestamos nossa solidariedade.
Não podemos ignorar que estamos a viver um período de grave crise financeira que acaba por prejudicar os mais pobres. Devemos ter consciência de que esta crise atinge também a Congregação e suas províncias. Diante de tal crise se faz necessária uma reflexão serena para entender suas causas verdadeiras e perceber mais profundamente o sentido da pobreza evangélica, do acúmulo efêmero de riqueza e da sobriedade de vida que compete a nós, cristãos e religiosos.
No concerto da crise financeira, das várias formas de violência e da fome que humilha um grande número de pessoas, somo chamados a ser agentes de esperança e de solidariedade em nome do Verbo da Vida que se fez um de nós no seio da Virgem Maria.
Neste Natal e Ano Novo Cristo deseja falar de novo ao nosso coração para abrasá-lo como aos discípulos de Emaús (Lc 24,32), para impulsioná-lo como a Paulo (2Cor 5,14), para enviá-lo a servir os irmãos como aos discípulos depois do lava-pés (Jo 13) e para assumir seu mandato de fazer discípulos de todas as nações (Mt 28,19). Acolhendo sua Palavra renovamos seu Natal em nós. Pelo testemunho do amor e pelo anúncio da Boa Nova damos um sentido ao Natal de nossos irmãos e irmãs que encontramos pelo caminho e reacendemos a confiança num mundo de paz e de fraternidade no qual a dignidade de cada ser humano seja respeitada.
Na alegria se sermos chamados a escutar a palavra e a colocá-la em prática, deixemo-nos motivar pelo amor de Cristo e desejamos um Feliz Natal e um abençoado Ano Novo a todos vocês.
P. José Ornelas Carvalho, scj
Superior geral e seu Conselho
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