Quando a agricultora Cacilda Galante, 36 anos, descobriu, no quarto mês de gravidez, que carregava no ventre um feto sem cérebro (anencefalia), os médicos disseram a ela que, se o bebê nascesse com vida, resistiria apenas por algumas horas. Com muita sorte, viveria poucos dias. Contrariando os prognósticos, Marcela vai completar 7 meses na quarta-feira. Para a mãe, um milagre. Para os médicos, um mistério.
Depois de passarem cinco meses no hospital, ela e a mãe vivem sozinhas numa casa de dois cômodos, com poucos móveis, no centrinho de Patrocínio Paulista, a 420 km de São Paulo. Antes da terceira gravidez, a vida de Cacilda era cultivar café, frutas e fazer queijos no sítio da família. Agora, é cuidar da filha, a quem chama de 'meu anjinho'. A dedicação da mãe está expressa abaixo dos cotovelos: ela ganhou dois calos de tanto ficar apoiada no berço. "Agradeço a Deus cada minuto de vida da Marcela. E coloco tudo nas mãos dele."
A menina nasceu com 2,5 kg e 47 cm na Santa Casa de Patrocínio Paulista. Marcela não tem a chamada calota craniana, nem o córtex cerebral. Acima da testa, há uma deformação - líquido envolto por uma pele rosada. O tronco encefálico, na altura do pescoço, mantém a respiração e os batimentos cardíacos. Os olhos claros de Marcela não enxergam. Ela também não escuta. Com esse quadro, segundo a pediatra Márcia Barcellos, que acompanha o caso, Marcela deveria estar em estado vegetativo, sem reflexos. Mas quem a conhece vê o contrário.
Ela sente fome e chora quando a comida não chega na hora certa. Faz reina quando está com cólica, e se mexe irritadamente quando não está numa posição que lhe agrade. Prefere os dias frios aos de muito calor porque transpira e fica inquieta. Marcela se alimenta com a ajuda de uma sonda, que vai até seu estômago. Ela não precisa de aparelhos para respirar, mas usa uma espécie de capacete, que concentra o oxigênio, para evitar que fique cansada.
As informações são do Jornal da Tarde. Fonte: Yahoo! Notícias
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