O arcebispo de Florianópolis, dom Murilo Krieger scj, divulgou uma carta denunciando que o bispo de Chapecó, dom Manoel João Francisco, vem sofrendo ameaças "por ter-se posicionado na defesa dos direitos dos povos Guarani, Kaingang e Xokleng", no episódio da demarcação e garantia de posse de terras no oeste de Santa Catarina.
"Somos testemunhas de que essa sua posição tem sido marcada por duas características principais: antes de tudo, pela maneira serena e tranqüila com que costuma apresentar seus argumentos e defender o que é justo; em segundo lugar, porque suas posições nunca excluíram a preocupação com a defesa dos direitos dos pequenos agricultores, que compraram ou receberam terras que não lhes podiam ter sido vendidas ou doadas, pois já eram ocupadas, há décadas, por povos indígenas", diz a carta que também pede ao Ministério Público garantia de integridade física a dom Manoel.
O texto afirma que quanto mais as autoridades esperarem para resolver a questão maiores serão os problemas para os envolvidos: indígenas e agricultores. Falando em nome do povo católico de Santa Catarina, o arcebispo de Florianópolis manifestou solidariedade.
O religioso disse que a raiz do problema foi a comercialização ou a doação de terras que eram ocupadas, há décadas, por comunidades indígenas.
"De nossa parte, em nome dos bispos e de todo o povo católico de Santa Catarina, manifestamos-lhe nossa solidariedade, assegurando-lhe nossas orações diante de Deus, o Pai de todas as luzes, para que ilumine as mentes de todos os envolvidos, em vista da solução justa para todos os problemas que o prezado irmão e a Igreja de Chapecó estão enfrentando", diz concluindo a carta.
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