30 maio 2007

Problemas da América Latina não se resolvem apenas partindo de dados sociais


Os problemas da América Latina não se resolvem se se partir apenas dos dados sociais. Foi o que afirmou esta terça-feira o arcebispo de Brasília (Brasil), Dom João Braz de Aviz, no contexto da Quinta Conferência.

Ao explicar a contribuição da opção preferencial pelos pobres --lançada pela Conferência de Medellín (1968) e enfatizada por Puebla (1978)-- ao documento da Conferência de Aparecida, o arcebispo disse que há um «problema fundamental» nesse tema que não foi suficientemente considerado até o momento.

«Nós não vamos resolver o problema da libertação humana a partir dos dados sociológicos» nem «a partir de um método dualista de interpretação da história». Segundo Dom João Aviz, «nós precisamos recuperar o dado trinitário de interpretação da realidade».O arcebispo de Brasília afirmou que é necessário partir do mistério de Deus para encontrar a realidade mais profunda e a partir daí encontrar as soluções para ela.

«O que precisa é ter clareza de que nós partimos de Deus e que nós partimos do Evangelho», disse.

Já Dom Jorge Enrique Jiménez Carvajal, CIM, arcebispo de Cartagena (Colômbia), destacou que em todos os momentos da Conferência de Aparecida esteve presente a opção preferencial pelos pobres.«Em Puebla e Santo Domingo houve contraposições entre os bispos sobre a essa expressão. Que bom que hoje a assumimos totalmente», comentou.

Segundo o arcebispo, a tranqüilidade com que os bispos abordaram esse tema foi marcada pelas «precisões que Bento XVI fez em seu discurso inaugural».Ali, explicou Dom Jiménez, o Papa «nos disse de uma maneira muito clara» que a opção preferencial pelos pobres «é uma opção que se faz em nome de Jesus Cristo e do Evangelho».

O arcebispo afirmou ainda que as formas de pobreza se multiplicam na América Latina. «É preciso criatividade para responder hoje em dia à opção preferencial pelos pobres», disse.

Na mensagem final da Quinta Conferência, constará a seguinte exortação: «Esperamos manter com renovado esforço nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres». Trata-se de «uma opção clara e serena de toda a assembléia», afirmou.

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