O Papa divulgou nesta sexta-feira (30) nova encíclica, no Vaticano, intitulada "Salvos pela esperança".
Bento XVI criticou o ateísmo moderno e Karl Marx, dizendo que esse tipo de postura levou às “maiores manifestações de crueldade e violações da justiça” já conhecidas pela humanidade. Em sua segunda encíclica, o Papa também fez críticas e questionamentos em relação à moderna cristandade, dizendo que seu foco na salvação individual ignorou a mensagem de Jesus de que a verdadeira esperança cristã envolve a salvação para todos.
A encíclica “Salvos pela Esperança” (clique aqui para ler a íntegra, em português) é uma exploração teológica profunda sobre a esperança cristã na vida após a morte – em meio ao sofrimento e miséria da vida cotidiana, a cristandade oferece ao fiel uma jornada de fé ao Reino dos Céus. “Precisamos fazer tudo o que podemos para superar o sofrimento, mas bani-lo do mundo não está em nosso poder”, escreveu Bento XVI. “Somente Deus é capaz de fazer isso.”
No documento de 76 páginas, Bento XVI discorre sobre como a visão cristã da esperança mudou na idade moderna, quando o homem passou a querer aliviar o sofrimento e a injustiça ao seu redor. Ele aponta dois momentos históricos: a Revolução Francesa e a revolução do proletário instigada por Karl Marx. Bento XVI critica Marx e o ateísmo dos séculos XIX e XX, fruto da Revolução Russa, apesar de admitir que ambos estavam respondendo às grandes injustiças da época. “Um mundo marcado por tanta injustiça, sofrimento de inocentes e cinismo por parte do poder não pode ser obra de um bom Deus”, escreveu. Mas disse que a idéia de que o homem pode fazer o que Deus não pode, criando uma nova salvação na Terra é “tão presunçosa quanto intrinsecamente falsa.” “Não é por acaso que essa idéia levou às maiores manifestações de crueldade e violações da justiça”, escreveu. “Um mundo que tem de criar sua própria justiça é um mundo sem esperança.”
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