O novo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, considera que uma pergunta não foi feita no caso da menina brasileira de nove anos estuprada pelo padrasto, tendo ficado grávida e os fetos submetidos a aborto: "por que chegamos a isso?".
O arcebispo chama a atenção para o fato de que muito do destaque da mídia brasileira ao episódio foi dado por emissoras de comunicação "mandadas por grupos religiosos independentes".
Dom Orani questiona: "quando uma pessoa que, tendo seus desequilíbrios emocionais, é capaz de usar sexualmente e brutalmente de uma criança a sociedade deveria se perguntar: 'por que chegamos a isso?' ".
"Do modo que as coisas se movem no mundo, é bem capaz que o que hoje é crime amanhã seja virtude, como já aconteceu em muitas outras situações – veja-se nesse caso toda a campanha pró-aborto."
No caso da gravidez da menina, Dom Orani considera que "a magistratura só soube oferecer um tipo de ajuda: a de matar a criança por nascer e ainda ameaçando a mãe da menor que estava nessa situação. Fala-se tanto de direitos para todos e critica-se a Igreja por defender a todos".
"Interessante é o depoimento da mãe da adolescente, que testemunhou que o único lugar em que não foi maltratada e sim respeitada foi o escritório da Caritas. Em todos os demais lugares só recebeu acusações e maus-tratos", escreve.
Mas –prossegue Dom Orani– "a pergunta ainda continua: por que essas coisas acontecem? A nossa resposta está na mudança de época e de cultura que ora vivemos".
"A desvalorização da vida, da família, dos valores, da fé acabou conduzindo-nos a um estilo de vida hedonista, subjetivista, consumista e laxista, que parece não ter volta."
"Mas nós acreditamos que o nosso mundo tem jeito! É essa nossa esperança e nossa luta!", escreve.
"As situações degradantes e complexas irão aumentar enquanto não avançarmos para uma sociedade moderna, onde as pessoas se respeitam, respeitam a vida e sabem cultivar valores."
"Enquanto vivermos na 'idade da pedra', resolvendo as coisas matando os inocentes e criando violência em nossa frágil sociedade, o homem sempre terá saudade da utopia do 'mundo novo' ", afirma o arcebispo.
Dom Orani convida os católicos a pensarem "sobre esses caminhos por onde hoje andamos enquanto vivemos a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, que questiona justamente as bases de nossa sociedade", ao discutir a questão da violência e da segurança pública.
"Da resposta que dermos a essas interrogações dependerá o nosso futuro", afirma.
O arcebispo chama a atenção para o fato de que muito do destaque da mídia brasileira ao episódio foi dado por emissoras de comunicação "mandadas por grupos religiosos independentes".
Dom Orani questiona: "quando uma pessoa que, tendo seus desequilíbrios emocionais, é capaz de usar sexualmente e brutalmente de uma criança a sociedade deveria se perguntar: 'por que chegamos a isso?' ".
"Do modo que as coisas se movem no mundo, é bem capaz que o que hoje é crime amanhã seja virtude, como já aconteceu em muitas outras situações – veja-se nesse caso toda a campanha pró-aborto."
No caso da gravidez da menina, Dom Orani considera que "a magistratura só soube oferecer um tipo de ajuda: a de matar a criança por nascer e ainda ameaçando a mãe da menor que estava nessa situação. Fala-se tanto de direitos para todos e critica-se a Igreja por defender a todos".
"Interessante é o depoimento da mãe da adolescente, que testemunhou que o único lugar em que não foi maltratada e sim respeitada foi o escritório da Caritas. Em todos os demais lugares só recebeu acusações e maus-tratos", escreve.
Mas –prossegue Dom Orani– "a pergunta ainda continua: por que essas coisas acontecem? A nossa resposta está na mudança de época e de cultura que ora vivemos".
"A desvalorização da vida, da família, dos valores, da fé acabou conduzindo-nos a um estilo de vida hedonista, subjetivista, consumista e laxista, que parece não ter volta."
"Mas nós acreditamos que o nosso mundo tem jeito! É essa nossa esperança e nossa luta!", escreve.
"As situações degradantes e complexas irão aumentar enquanto não avançarmos para uma sociedade moderna, onde as pessoas se respeitam, respeitam a vida e sabem cultivar valores."
"Enquanto vivermos na 'idade da pedra', resolvendo as coisas matando os inocentes e criando violência em nossa frágil sociedade, o homem sempre terá saudade da utopia do 'mundo novo' ", afirma o arcebispo.
Dom Orani convida os católicos a pensarem "sobre esses caminhos por onde hoje andamos enquanto vivemos a Quaresma e a Campanha da Fraternidade, que questiona justamente as bases de nossa sociedade", ao discutir a questão da violência e da segurança pública.
"Da resposta que dermos a essas interrogações dependerá o nosso futuro", afirma.
Texto: Alexandre Ribeiro (Zenit.org)
A gravidez da criança, que foi vítima de abuso sexual por parte do padrasto, foi descoberta depois que ela se queixou de dores. Ela foi levada pela mãe à Casa de Saúde São José, em Pesqueira (PE). Os médicos classificaram a gestação da menina como de alto risco, pela idade, pelo porte - ela tem 1,33 metro e 36 quilos - e por ser de gêmeos.
A família dela solicitou a interrupção da gestação, situação que é prevista em lei diante do risco que a menina corre. No dia 2602, no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), a criança fez exames que constataram a gravidez de 15 semanas. O Imip deu entrada ao processo de aborto. No dia 03/03, entretanto, o pai biológico da menina solicitou que o aborto não fosse feito. A equipe médica interrompeu o processo, aguardando consenso por parte da família.
Na noite da terça-feira a menina foi liberada pelo Imip à pedido da mãe e levada para o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam). Na manhã do dia 04/03, médicos do Cisam realizaram o aborto.
A família dela solicitou a interrupção da gestação, situação que é prevista em lei diante do risco que a menina corre. No dia 2602, no Instituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip), a criança fez exames que constataram a gravidez de 15 semanas. O Imip deu entrada ao processo de aborto. No dia 03/03, entretanto, o pai biológico da menina solicitou que o aborto não fosse feito. A equipe médica interrompeu o processo, aguardando consenso por parte da família.
Na noite da terça-feira a menina foi liberada pelo Imip à pedido da mãe e levada para o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam). Na manhã do dia 04/03, médicos do Cisam realizaram o aborto.
“A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor”, disse Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo do Recife, em entrevista à emissoras de TV.
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