05 março 2007

14 março - dia das Vocações Dehonianas


São Paulo, 4 de março de 2007
Prot. N. 75/2007

Dia das Vocações Dehonianas
Mensagem por ocasião do dia 14 de março, nascimento de P. Leão Dehon

“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só.
Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24)

Pode parecer estranho introduzir com esta citação do evangelista João a saudação para a Congregação na data de nascimento de P. Dehon, mas, se fazemos ainda a memória de 14 de março de 1843, é porque P. Dehon não foi apenas uma semente de boa qualidade, mas sobretudo porque aceitou cair em terra e “morrer”.
Ele demonstrou sua boa qualidade pela capacidade intelectual que, junto com seu preparo acadêmico e teológico, fizeram dele um conferencista de renome, “a pena de um escritor veloz” (Sl 45,2) nos jornais e publicações; sua boa qualidade se evidenciou também nas suas atitudes gentis e respeitosas que lhe valeram o nome de “Três Bon Père”. Revelou ainda seu valor ao unir a sua oblação com a de Cristo, ao pronunciar amiúde o seu “Ecce Venio” e a vivê-lo cada dia, e na aceitação, com humildade e coração aberto, os momentos que o uniam intimamente à doação que Jesus fez sobre a cruz, unindo-se às suas palavras “está consumado” “consummatum est” (Jo 19,30).
Uma boa semente que se tornou patrimônio espiritual, além de ser um compromisso eclesial, social e missionário. Dessa boa semente nós nascemos, e é bom fazermos memória disso.
A gratidão desponta espontânea no coração e que neste dia deve encontrar um espaço também em nossas celebrações e em nossas comunidades; ela nos incentiva a participar na obra iniciada por P. Dehon como testemunho claro e irrefutável da vitalidade dessa semente, que aceitou consumar-se para dar fruto.
Uma vitalidade que, durante os trabalhos da última Conferência Geral, despertou a consciência de nosso chamado a participar na missão da Igreja, fazendo de Cristo vivente o coração de nossa vida e de nosso anúncio. Uma vitalidade que encontra válida expressão no importante texto “Orientações da VII Conferência Geral”, mas, ainda mais na disponibilidade de muitos de anuir ao convite para a missão.
Foram muitos aqueles que responderam à carta pessoal enviada a 3 de dezembro p.p., na festa de São Francisco Xavier, padroeiro das missões e da Congregação. Muitos oferecem suas orações e a sua vida, já marcada pelos anos e limitações físicas; isto é, sem dúvida, “um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12,1), e para nós um tesouro de incomensurável valor. Outros, no entusiasmo de sua juventude, dizem estar vivendo o tempo da formação inicial como preparação ao anúncio, cultivando a disponibilidade para deixar o seu país a fim de que “Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,28). Outros, enfim, que após um serviço generoso à própria província, ou depois de anos de empenho longe da província de origem, declararam a sua disponibilidade para retomar o caminho, aprendendo, se necessário, uma outra língua e dispostos a iniciar laços de comunhão com novas pessoas, para que a semente possa continuar a dar frutos abundantes. Dentre estes confrades, alguns já foram contatados, bem como seus respectivos superiores, em vista duma respostas às necessidades urgentes da Congregação. Nos próximos meses, três ou quatro deles partirão para a Índia em apoio àquela jovem presença dehoniana neste momento importante e delicado de crescimento. Certamente, ainda outros responderão positivamente ao apelo lançado, de modo a poder dar uma resposta também a outras necessidades urgentes como a Angola, ou consolidar algumas presenças na América Latina, mas também revigorar o anúncio em terras de longa tradição cristã.
A gratidão pelo dom feito à Igreja e a nós na pessoa de P. Dehon, nos leva a convidar outros a associar-se a nós, a partilhar conosco o caminho. Peçamos ao Senhor da messe a fim de que, como a sua palavra, assim também o exemplo luminoso de P. Dehon, seja para todos nós “semente para quem planta e alimento para quem come” (Is. 55,10). O Seu Espírito nos torne fervorosos na oração e testemunhas fidedignas na vida, para que a audácia da fé inspire as novas gerações a dedicar toda a sua vida à causa do Reino.
P. Dehon, cujo nascimento festejamos, interceda por nós para que, como ramo unido à videira, a Congregação por ele fundada possa produzir frutos abundantes.

No Coração de Cristo,
P. José Ornelas Carvalho, scj

Superior geral

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