Russos e georgianos concordam com proposta apresentada por Sarkozy. Mas a discussão sobre a Ossétia do Sul, pivô do conflito, ficou de fora.As mudanças, segundo eles, foram aprovadas pelo presidente da Rússia, Dimitri Medveded, com quem Sarkozy, atual presidente da União Européia, havia se reunido antes.
Entre as mudanças, está a retirada da referência a conversações sobre o futuro status da região separatista da Ossétia do Sul, pivô do conflito entre os dois países, disseram os presidentes.
Saakashvili também disse que quer a participação das Nações Unidas no plano de paz, para "internacionalizar" o processo.
"Precisamos de detalhes legais, de resoluções do Conselho de Segurança da ONU e de uma maior presença de observadores internacionais na região", disse.
Antes, o presidente francês havia se reunido com Medvedev, que endossou o plano proposto pela União Européia e disse que ele "oferece um caminho" para resolver o problema da Ossétia do Sul. Mas Medvedev ressaltou que as tropas de paz da Rússia vão permanecer nas regiões em conflito na Geórgia.
O teor do plano de paz foi anunciado em entrevista conjunta de Medvedev com Sarkozy, no mesmo dia em que a Rússia anunciou o fim dos ataques à Geórgia -o que foi negado pelo governo georgiano e desmentido por relatos dos dois lados do front dando conta de que os ataques continuavam.
A proposta prevê que Rússia e Geórgia renunciem ao uso da força, encerrem todas as ações militares, permitam o livre acesso da ajuda humanitária no país e que as forças armadas da Geórgia retornem a suas posições anteriores ao início do conflito.
"Eu acho que são bons princípios para lidar com o problema e acabar com essa situação dramática. Esses princípios podem ser usados tanto pela Geórgia como pela Ossétia do Sul", disse Medvedev em entrevista ao lado de Sarkozy.
O presidente russo aproveitou para criticar seu colega da Geórgia, dizendo que Saakashvili agiu "como um lunático" e mentiu sobre um cessar-fogo durante o conflito.
Fora da CEI Mais cedo, Saakashvili disse que a Geórgia vai se retirar da CEI (Comunidade de Estados Independentes), bloco que agrupa 12 Estados que formavam a antiga União Soviética, segundo agências russas.
Fora da CEI Mais cedo, Saakashvili disse que a Geórgia vai se retirar da CEI (Comunidade de Estados Independentes), bloco que agrupa 12 Estados que formavam a antiga União Soviética, segundo agências russas.
"Estamos saindo da comunidade e propomos que outros países deixem esse organismo liderado pela Rússia", disse o presidente, durante um ato que reuniu cerca de 150 mil georgianos na capital, Tbilisi, nesta terça. Ele também disse que seu país "jamais se renderá" à Rússia.
O líder georgiano afirmou que o que está ocorrendo entre os rivais é como o que ocorreu "entre Davi e Golias" e acrescentou: "Davi vencerá".
Ele também acusou os russos de estarem criando "campos de concentração" nas aldeias sul-ossetianas de Kekhvi e Tamarasheni.
Aos gritos de "Geórgia, Geórgia", a multidão protestou contra o premiê russo, chamando-o de "terrorista" e acusando-o de "crimes contra a humanidade" por conta dos ataques russos à Geórgia.
O Conselho de Segurança da Geórgia anunciou, também nesta terça, que vai apelar ao Tribunal Internacional Penal da ONU contra a Rússia, a quem acusa de "limpeza étnica".
Na foto, os presidentes da França e da Rússia, durante reunião sobre a guerra (Reuters)
Texto: G1 / Reuters
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